TIM Brasil: favorito nas eleições italianas quer vender operação brasileira
Coordenador do partido Irmãos da Itália defende que Grupo TIM venda operação brasileira e use o dinheiro para evitar demissões previstas na Europa
Coordenador do partido Irmãos da Itália defende que Grupo TIM venda operação brasileira e use o dinheiro para evitar demissões previstas na Europa
A Itália deve ter um novo governo nos próximos meses. Na última quinta-feira (21), o primeiro-ministro Mario Draghi renunciou, e o presidente Sergio Mattarella marcou eleições para 25 de setembro. Um dos favoritos é o partido Irmãos da Itália, ou Fratelli D’Italia — e eles têm planos até mesmo para a TIM Brasil.
Em entrevista ao jornal Affari Italiani, Alessio Butti, parlamentar que também é coordenador de políticas para tecnologias de informação e comunicação do partido, defendeu que a empresa venda a TIM Brasil.
O governo italiano controla quase 10% do capital do grupo. Além disso, possui a golden share, que dá direito a bloquear transações. Na visão de Butti, a empresa deveria vender a TIM Brasil e usar o dinheiro na Itália, onde a companhia pretende cortar vagas de emprego.
“Acredito que não faz sentido manter a TIM Brasil enquanto estão previstas demissões na Itália, seria melhor vender a subsidiária brasileira”, disse o político.
Não é a primeira vez que Butti critica os planos para a TIM. Em publicação de 15 de julho, quando Draghi ainda estava no cargo, ele acusou o governo de tomar decisões “que só beneficiam particulares e estrangeiros com dinheiro público”.
A matriz da operadora italiana é atualmente comandada por Pietro Labriola, que foi CEO da TIM Brasil antes de assumir o cargo. Ele elaborou um plano para recuperar as finanças da companhia. A empresa tem 23 bilhões de euros em dívidas e vem perdendo espaço no mercado interno.
Labriola pretende manter a TIM Brasil, demitir 9 mil pessoas até 2030 e separar infraestrutura e serviços da empresa para reorganizar as dívidas. Butti quer o oposto: vender a operação brasileira e evitar demissões.
A separação entre serviços e infraestrutura, porém, é apoiada pelo parlamentar. Ele também não vê problemas entre a fusão da rede da TIM Itália e da Open Fiber, atualmente rivais no mercado.
Butti também apoia o uso de rádio e FWA, baseada no 5G, como alternativas à fibra.
Além de querer a venda da TIM Brasil, o deputado pretende evitar que o conglomerado francês Vivendi, um dos sócios do grupo, seja o maior beneficiário dos dividendos. Outro plano de Butti é evitar que os EUA tenham acesso aos dados pessoais dos cidadãos italianos.
Com informações: Tele.Síntese, CNN Brasil.