TIM pretende oferecer 4G via satélite para levar sinais a áreas remotas

Operadora assina acordo de intenções com a AST Space Mobile para experimentar sinal de celular com satélites de baixa órbita; TIM quer testar a solução em breve

Bruno Gall De Blasi
Por
Celular com logo da TIM
TIM (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

TIM vai explorar uma nova abordagem para expandir o sinal para quase todo o território nacional. Nesta segunda-feira (24), a operadora anunciou um experimento com satélites de baixa órbita para oferecer serviços de dados e voz via 4G no Brasil. A iniciativa é fruto de uma parceria com a AST Space Mobile, que pode ajudar a oferecer a infraestrutura aos clientes da prestadora, se tudo der certo.

A proposta vem de um acordo de intenções (Memorandum of Understanding) entre a operadora e a empresa responsável pelos satélites. No comunicado, a companhia informou que pretende realizar testes “direct-to-cell” com satélites.

A tecnologia traz algumas semelhanças com a Starlink, que também utiliza satélites de baixa órbita para oferecer internet aos seus usuários. A diferença é que a AST Space Mobile foca em redes móveis, com a intenção de levar sinal a smartphones sem depender de antenas terrestres.

Experimento pode expandir a cobertura da TIM

Todo esse esforço beneficiará áreas remotas. Afinal, não são todos os lugares que permitem a instalação de antenas, pois dependem tanto do fornecimento de energia elétrica quanto do acesso às redes internas da operadora para distribuir o sinal de voz e dados.

Também é preciso levar em consideração as demais dificuldades logísticas para fazer a instalação do terminal.

E é aí que entra a parceria entre a TIM e a AST Space Mobile. Segundo a operadora, se o experimento for positivo, clientes de quase todo o território nacional poderão fazer ligações, acessar a internet e afins com mais facilidade.

“A solução da AST SpaceMobile está sendo projetada para habilitar dispositivos móveis on-line onde a cobertura com torres de celular não existe e sem a necessidade de qualquer alteração no dispositivo celular do usuário, incluindo software, hardware ou complementos caros, incluindo antenas parabólicas”, explicaram.

Satélite da AST Space Mobile (Imagem: Divulgação)
Satélite da AST Space Mobile (Imagem: Divulgação)

Só não há informações sobre a velocidade da internet. Todavia, pela complexidade e limitações da tecnologia, imagino que a conexão ofereça suporte ao menos às aplicações do dia a dia, como enviar mensagens, acessar emails, fuxicar redes sociais e afins.

Porém, a solução não deve ser tão limitada como o Snapdragon Satellite e a conexão via satélite do iPhone 14, mais focados em situações de emergência.

Testes vão começar no Norte e Nordeste

Por enquanto, tudo isso não passa de um experimento. Ou seja, a operadora ainda não se comprometeu a oferecer a tecnologia aos clientes, pois tudo isso vai encarar uma larga análise da área técnica.

A TIM, por outro lado, já quer colocar a mão na massa: “a expectativa é que os primeiros testes técnicos sejam feitos pela TIM nas regiões Norte e Nordeste do Brasil no primeiro semestre de 2023”, disseram. “No mesmo período, devem acontecer as primeiras avaliações da solução planejada pela AST Space Mobile.”

A operadora ainda informou que este processo “está sujeito a uma variedade de fatores”. Entre eles, está a aprovação regulatória por parte da Anatel, que precisa homologar a solução antes de levá-la ao público comercial.

Todavia, esta não é a primeira experiência da operadora com satélites. Em março do ano passado, por exempo, a TIM atingiu 1.000 antenas de 4G com conexão via satélite e energia solar. Esse esforço ajudou a empresa a alcançar a cobertura em 100% dos municípios brasileiros no último dia 4.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

Relacionados