Waymo dá um alívio para Uber em briga judicial sobre carros autônomos
O Google fez uma reorganização interna que separou sua divisão de carros autônomos em uma empresa chamada Waymo. Ela está no centro de uma grande disputa judicial com o Uber, envolvendo roubo de segredos comerciais e violação de patentes.
No entanto, as acusações ficaram um pouco menos pesadas: a Waymo simplificou o processo judicial contra o Uber, dizendo que sua concorrente violou apenas uma patente, em vez de quatro.
A disputa envolve uma tecnologia chamada LIDAR, usada em carros autônomos para “ver” o mundo ao redor através de lasers. Como explica o Ars Technica, o Uber criou dois tipos diferentes de LIDAR, com codinomes “Spider” (na imagem abaixo) e “Fuji”.
O Fuji não usa um design de “lente comum”, descrito na maioria das patentes da Waymo. Enquanto isso, o Spider usa uma lente comum, mas o Uber afirmou — sob pena de perjúrio — que esse projeto nunca se tornou um protótipo funcional.
A Bloomberg lembra que, em junho, o juiz distrital William Alsup disse à Waymo: “você deveria considerar bastante a ideia de deixar as patentes fora deste caso”. O objetivo é impedir que o processo se arraste por muito tempo. Ele também pediu que a empresa reduzisse suas 100 acusações sobre segredos comerciais para menos de 10, para serem analisadas por um júri.
O Uber gostou bastante disso. A empresa diz em comunicado: “a Waymo não descobriu nenhuma evidência de que os 14 mil arquivos em questão chegaram ao Uber, e agora admite que o design do nosso LIDAR é muito diferente do deles. Diante dessa dura verdade, ela recorreu a teorias de conspiração sem base em fatos”.
Segundo a Waymo, seu ex-funcionário Anthony Levandowski baixou mais de 14 mil arquivos sigilosos em um notebook pessoal, incluindo dados altamente confidenciais do LIDAR criado pela empresa. Ele abriu uma startup de caminhões autônomos chamada Otto, que foi adquirida pelo Uber. A empresa demitiu Levandowski no final de maio.
A Waymo diz em comunicado que se reserva ao direito de processar o Uber por violação de patentes, caso a empresa desenvolva o projeto Spider no futuro. E avisa: “estamos ansiosos pelo julgamento”.
Nós também estamos: Larry Page, cofundador do Google e CEO da Alphabet, terá que depor e responder às perguntas do Uber. Enquanto isso, a Waymo tem uma lista de 461 perguntas que ela planeja fazer a Levandowski. O julgamento deve começar em outubro.
Com informações: Ars Technica, Bloomberg.