A disputa judicial entre Uber e Waymo chegou ao fim nesta sexta-feira (9): a empresa de transporte concordou em dar 0,34% de suas ações à subsidiária de carros autônomos do Google. As duas brigavam devido a suspeitas de que o Uber teria roubado propriedade intelectual por meio de um ex-funcionário do Google.
Pelo acordo, o Uber se compromete a não utilizar tecnologias secretas da Waymo em seus carros autônomos, nem agora, nem no futuro. Em troca, a Waymo retira as acusações contra o Uber e recebe o equivalente a US$ 245 milhões em ações do aplicativo de transporte, que é avaliado em US$ 72 bilhões, segundo o Wall Street Journal. Não houve pagamento em dinheiro.
Tudo começou quando, em agosto de 2016, o Uber comprou a startup de caminhões autônomos Otto por US$ 680 milhões. O cabeça da empresa era Anthony Levandowski, ex-engenheiro do Google que estava envolvido em um projeto de carros autônomos em Mountain View. Segundo a Waymo, ele baixou 14 mil arquivos sigilosos para seu notebook pessoal antes de ser contratado como um alto executivo do Uber. No final, Levandowski acabou sendo demitido pelo Uber por não cooperar com as investigações.
O acordo, como lembra o The Verge, é ótimo para o Uber: a empresa de transporte deve abrir seu capital na bolsa de valores em breve (o CEO Dara Khosrowshahi já fala em 2019) e a negociação significa que o Uber vai evitar anos de briga (e gastos) na justiça contra uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.