WhatsApp deverá revelar se empresas fizeram disparos em massa nas eleições
O TSE quer saber se os números identificados por operadoras tiveram alguma ação suspeita durante a campanha
O TSE quer saber se os números identificados por operadoras tiveram alguma ação suspeita durante a campanha
A Justiça Eleitoral obrigou o WhatsApp a indicar se certos números de celular realizaram um disparo em massa de mensagens nas eleições de 2018. Os números são de pessoas físicas e jurídicas relacionadas às empresas Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMSMarket.
As empresas são suspeitas de prestarem este serviço para a campanha do hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo a Folha de S.Paulo, elas enviaram mensagens durante a campanha e foram contratadas por empresas privadas que apoiaram o candidato eleito.
A ordem para informar se o disparo realmente aconteceu partiu do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Og Fernandes. Em decisão publicada na quinta-feira (7), ele cita números de celular apontados por Vivo, Claro, Tim, Algar e Oi.
O corregedor-geral também pediu para o WhatsApp esclarecer se adotou alguma medida para bloquear ou banir as contas citadas pelas operadoras entre 14 de agosto e 28 de outubro de 2018. A ação tomada pela Justiça Eleitoral, no entanto, não deverá ser tão eficaz para a investigação.
Isso porque as empresas teriam usado centenas de chips que estavam registrados em nomes de terceiros, como também indicou a Folha. A apuração sobre o disparo em massa de mensagens durante as eleições de 2018 faz parte de uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) ajuizada pelo PDT.
Em outubro, o próprio WhatsApp chegou a confirmar que o período eleitoral contou com os disparos em massa de mensagens. A declaração foi feita por meio do gerente de políticas públicas e eleições globais da empresa, Ben Supple.
Segundo ele, na última eleição brasileira, “houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”. O WhatsApp diz ter banido centenas de milhares de contas por conta dessa prática.
Com informações: TSE, Folha de S.Paulo.