Inteligência Artificial (IA): o que é, como funciona e para que serve essa tecnologia

Automatização, tomadas de decisões e personalização de experiências estão entre as principais aplicações da IA; conheça os benefícios, riscos e desafios associados a essa tecnologia

Lupa Charleaux Ana Marques
• Atualizado há 5 dias
Inteligência artificial (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Entenda o funcionamento e as aplicações da IA no dia a dia (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Inteligência Artificial (IA) é a capacidade de máquinas aprenderem e realizarem tarefas que antes exigiam inteligência humana. A IA usa algoritmos e grandes volumes de dados para simular o raciocínio humano, permitindo reconhecer padrões em imagens, traduzir idiomas ou tomar decisões complexas.

As vantagens da IA são inúmeras, como a automação de processos, otimização de recursos e capacidade de analisar grandes quantidades de dados. Isso impulsiona a inovação em diversos setores, incluindo a área da saúde, indústrias e segurança.

A rápida ascensão da IA também traz preocupações, como a privacidade dos dados, a possibilidade de vieses nos algoritmos e dependência dos sistemas automatizados. Além disso, a automatização de tarefas pode levar à perda de emprego em determinadas áreas.

Conheça mais detalhes sobre o que é Inteligência Artificial, seu funcionamento e aplicações. Bem como, os benefícios e riscos oferecidos pela tecnologia.

O que é Inteligência Artificial?

Inteligência Artificial (IA) é a área da computação que desenvolve sistemas capazes de simular a inteligência humana. Por exemplo, criação de máquinas que reconhecem imagens, compreendem a linguagem natural e tomam decisões baseadas em dados.

A história da Inteligência Artificial tem início na década de 1940 e, desde então, o campo tem evoluído significativamente. A tecnologia já faz parte do nosso dia a dia, transformando diversas áreas, como a medicina, a indústria, o comércio e o entretenimento.

Hoje, o campo está dividido em três tipos de Inteligência Artificial: Inteligência Artificial Estreita (ANI), Inteligência Artificial Geral (AGI) e Superinteligência Artificial (ASI). Enquanto a primeira categoria já é uma realidade, os dois últimos ainda são conceitos teóricos.

Como funciona a Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial funciona como um “cérebro digital”, aprendendo e tomando decisões a partir de dados. Para isso, ela passa por algumas etapas:

  1. Coleta de dados: as IA são treinadas com grandes conjuntos de dados, podendo ser dados estruturados (como planilhas) e não estruturados (textos e imagens);
  2. Preparação dos dados: os dados coletados são organizados e limpos para que a IA possa entender e processá-los de forma eficiente;
  3. Escolha do modelo: a escolha dos modelos de aprendizagem e de algoritmos definem se a máquina atuará como uma IA Generativa ou uma IA Preditiva;
  4. Treinamento do modelo: a IA analisa os dados coletados, buscando padrões e relações entre as informações apresentadas seguindo as regras dos algoritmos;
  5. Avaliação do modelo: a IA é avaliada para ver se está aprendendo corretamente e gerando resultados precisos a partir dos dados usados no treinamento;
  6. Ajustes de parâmetros: os parâmetros da IA e os dados usados no treinamento são revisados e ajustados visando otimizar os pontos não aprendidos pela máquina;
  7. Validação do modelo: se a IA passar nas avaliações após os ajustes, ela pode ser usada para realizar tarefas, como responder perguntas, reconhecer imagens, gerar conteúdos ou tomar decisões;
  8. Aprendizado contínuo: a IA nunca para de aprender, podendo ser atualizada com novos dados para melhorar o desempenho ao longo do tempo.

Qual é a diferença entre IA Generativa e IA Preditiva?

A IA Generativa é um modelo usado na geração de conteúdo a partir de um prompt ou solicitação do usuário. Treinado com grandes volumes de dados, usa algoritmos para identificar padrões e fazer relacionamento entre os dados, produzindo resultados como áudio, imagens, textos, vídeos e outros materiais.

A IA Preditiva, por outro lado, usa algoritmos para analisar conjuntos de dados históricos relativamente menores, identificando padrões e tendências. Os insights gerados podem ser usados para tomadas de decisões estratégicas, como prever resultados futuros, otimizar processos e personalizar experiências dos usuários.

Quais são os algoritmos de Inteligência Artificial?

Os algoritmos são as ferramentas que permitem às máquinas aprenderem, analisarem dados e tomarem decisões. Cada tipo possui uma abordagem distinta:

  • Busca e otimização: encontra a melhor solução para um problema ou solicitação, explorando diversas possibilidades a partir de vastos bancos de dados (ex: ferramenta de IA em buscadores como Google);
  • Aprendizado supervisionado: aprende a partir de dados rotulados, mapeando entradas com respostas corretas para gerar previsões ou classificações (ex: sistemas anti-spam de serviços de e-mails);
  • Aprendizado não supervisionado: identifica padrões e estrutura nos dados sem a necessidade de exemplos rotulados, mapeando padrões ocultos e associando variáveis (ex: definir grupos de clientes de um e-commerce com comportamentos similares);
  • Redes neurais: simulam o funcionamento do cérebro humano, permitindo o aprendizado de padrões complexos a partir de bancos de dados robustos (ex: softwares de reconhecimento de voz);
  • Aprendizado por reforço: aprende por meio de interações com o ambiente, recebendo recompensas ou punições (ex: um robô aprendendo a andar);
  • Visão computacional: permite que as máquinas vejam e interpretem imagens e outras informações visuais a partir de técnicas de Machine Learning e Deep Learning (ex: sistemas de carros autônomos);
  • Processamento de linguagem natural (NLP): habilita máquinas a interpretar e gerar linguagem humana (ex: assistentes virtuais e chatbots).

Para que serve a Inteligência Artificial?

A IA pode ser aplicada em uma ampla variedade de setores da indústria e áreas de pesquisa. Alguns exemplos de inteligência no dia a dia são:

  • Comunicação e informação: chatbots avançados, como ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google, mudaram como as pessoas interagem com as máquinas, oferecendo respostas personalizadas e gerando textos criativos. Plataformas da Meta, como WhatsApp e Instagram, também usam a IA para criação de conteúdos;
  • Negócios e finanças: a IA otimiza processos, desde análise de grandes volumes de dados para tomada de decisões estratégicas até automatização de tarefas repetitivas, como atendimento ao cliente;
  • Indústria: robôs inteligentes, treinados com IA, realizam tarefas complexas em linhas de produção, aumentando a eficiência e a segurança. Enquanto isso, sistema de IA podem avaliar e realizar planejamento da cadeia de suprimentos de uma fábrica;
  • Saúde: a IA auxilia na telemedicina, no diagnóstico de doenças, no desenvolvimento de novos medicamentos e na criação de tratamento personalizados;
  • Transporte: sistemas de veículos autônomos, impulsionados por IA, prometem transformar a mobilidade urbana.

Quais são os benefícios da Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial oferece diversos benefícios em diversos segmentos, alterando como vivemos e trabalhamos:

  • Produtividade: automatiza tarefas repetitivas, liberando os profissionais para atividades mais estratégicas. Além disso, a IA analisa grandes volumes de dados rapidamente, gerando visões valiosas para tomada de decisões;
  • Segurança: identifica padrões em dados para detectar fraudes, ameaças cibernéticas e outras situações de risco, garantindo maior proteção a empresas e indivíduos;
  • Saúde: auxilia no diagnóstico de doenças, no desenvolvimento de novos medicamentos e na elaboração de tratamentos personalizados, contribuindo para uma medicina mais precisa e eficiente;
  • Personalização de serviços: oferece experiências personalizadas aos usuários, como recomendações de produtos, conteúdos e serviços baseados em seus interesses e comportamentos.

Quais são os riscos associados à Inteligência Artificial?

Os riscos da Inteligência Artificial são diversos e complexos, impactando desde a privacidade individual até a segurança global. Entre as principais preocupações, destacam-se:

  • Privacidade: a coleta massiva de dados para treinar algoritmos pode expor informações pessoais a riscos de vazamento e uso indevido, violando a privacidade dos indivíduos;
  • Viés algorítmico: algoritmos treinados com dados tendenciosos podem gerar resultados imprecisos e perpetuar preconceitos, discriminando grupos minoritários e marginalizados;
  • Segurança: a IA pode ser usada para criar ferramentas de ataque cibernético, como deepfakes e phishing altamente personalizados, colocando em risco a segurança de indivíduos e empresas;
  • Perda de empregos: a automação de tarefas por meio da IA pode levar à substituição de trabalhadores em diversas áreas, aumentando o desemprego e desigualdades sociais;
  • Falta de transparência: a complexidade dos modelos de IA dificulta a compreensão de como eles chegam a determinadas decisões, gerando falta de confiança e dificultando a identificação e correção de erros;
  • Responsabilidade: a ausência de uma regulamentação clara sobre o desenvolvimento e uso da IA dificulta a atribuição de responsabilidade, como em caso de danos e acidentes causados por sistemas de veículos autônomos.

Quais são os principais desafios da Inteligência Artificial?

A história e os principais impactos da Inteligência Artificial demonstram a necessidade de um debate contínuo sobre o desenvolvimento e a utilização da tecnologia. Isso envolve certos desafios:

  • Ética: a tomada de decisões autônomas pelas IAs levanta questionamentos cruciais. A falta de transparência nos algoritmos e o potencial de perpetuar vieses presentes nos dados de treinamento são preocupações significativas. É fundamental garantir que a IA seja desenvolvida de forma justa e equitativa;
  • Regulamentação: a rápida evolução da IA exige uma estrutura legal sólida e adaptável. A criação de leis e regulamentos que contemplem os diversos aspectos da AI, desde o desenvolvimento até as aplicações, é essencial para garantir a segurança, a privacidade e a responsabilidade no uso dessa tecnologia;
  • Privacidade e segurança: o treinamento de modelos de IA demanda grandes volumes de dados, incluindo informações pessoais sensíveis. É preciso equilibrar a necessidade de dados com a proteção da privacidade dos indivíduos. Além disso, a segurança dos sistemas de IA é crucial para evitar crimes cibernéticos e uso malicioso da tecnologia.

Relacionados

Escrito por

Lupa Charleaux

Lupa Charleaux

Repórter

Nerd por natureza, Lupa Charleaux é formado em Jornalismo Multimídia pela São Judas Unimonte (2012). Iniciou a carreira como repórter de entretenimento em 2013, mas migrou para a editoria de tecnologia em 2019. Construiu experiência na área ao produzir notícias diárias sobre eletrônicos (celulares, vestíveis), inovação, mercado e conteúdos especiais sobre os temas. É repórter do Tecnoblog desde outubro de 2023. Anteriormente, atuou como redator de tecnologia e entretenimento no TecMundo (2019-2021/2022-2023) e redator de produtos no Canaltech (2021-2022).

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.