Review Fone Bluetooth Sennheiser HD 250BT: o essencial
Apesar do corte no design, o Sennheiser HD 250BT é uma opção interessante com sonoridade decente e boa autonomia
Apesar do corte no design, o Sennheiser HD 250BT é uma opção interessante com sonoridade decente e boa autonomia
Com a Sony deixando o Brasil, a Sennheiser está vendo uma grande oportunidade para crescer no país com os seus produtos. Com a promessa de entregar uma experiência de som de balada, recursos avançados e ótimo custo-benefício, o Sennheiser HD 250BT é a nova aposta da empresa alemã para o mercado local. O modelo ainda entrega bateria para até 25 horas de reprodução, traz tecnologias Qualcomm e design leve.
O HD 250BT foi lançado em outros mercados no final de 2020 e chegou agora ao Brasil com preço sugerido de R$ 499. Será que ele é tudo isso mesmo? Vale pagar um pouco mais por este headphone? O Tecnoblog teve a oportunidade de testar o Sennheiser HD 250BT antes do lançamento e compartilho as minhas impressões neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O HD 250BT foi fornecido pela Sennheiser por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Com o HD 250BT em mãos, eu pude analisar que a Sennheiser cortou toda a sofisticação do produto, muito provavelmente, para reduzir o preço final. Em comparação com outros modelos da mesma faixa de preço, como o AKG K92 e o Edifier W820BT, o HD 250BT se mostra muito mais simples. Essa estratégia pode ser uma faca de dois gumes: primeiro, porque o plástico da estrutura deixa o fone mais leve — a marca, inclusive, ressalta os 125 gramas dele —, mas também pode passar uma sensação de fragilidade para alguns consumidores.
O HD 250BT, no entanto, não é grande e cabe perfeitamente em uma bolsa ou na mochila. Seria melhor se ele fosse flexível para dobrá-lo? Com certeza, ainda assim, ele continua sendo um bom headphone para você carregar no dia a dia, durante uma viagem ou na ida para o trabalho. A Sennheiser está justamente mirando nesse público.
Se no design ele pode dividir opiniões, é no conforto que o HD 250BT se sobressai. Fones da Beats e de outras marcas populares tendem a pressionar a minha cabeça e chegam a machucar em algumas ocasiões. Entretanto, a leveza deste produto fez eu ter uma experiência muito prazerosa durante as atividades do cotidiano. E, para um melhor ajuste, o usuário pode regular a altura diretamente na concha.
Por falar nisso, todos os comandos são feitos através da concha direita. Ali estão três botões: os de volume e o power, também usado para o emparelhamento. Ao lado estão uma entrada USB-C e o microfone para ligações e videochamadas. A conexão de carga sem tampinha logo me fez perceber que o headphone não traz nenhuma certificação contra água e suor; o HD 250BT é um fone para locais fechados.
Para uma melhor experiência e atender a diferentes perfis, a Sennheiser disponibiliza o aplicativo Smart Control, para equalizar e ajustar as frequências ao seu gosto. O recurso é bem intuitivo e fácil de navegar; eu até criei um preset para ressaltar um pouco mais os graves, que combina mais comigo. Mas senti falta de modos pré-definidos criados pela própria marca ou por DJs e especialistas, como encontramos no JBL Club 950NC e nos fones da Jaybird.
Um ponto positivo deste Sennheiser é a conexão multiponto, que faz o headphone se comunicar com vários aparelhos e alternar rapidamente entre eles. Eu, por exemplo, pude assistir a um filme no iPad e ouvir um áudio no WhatsApp do celular pelo próprio fone, sem mudar a conexão manualmente — é uma sacada inteligente que torna tudo integrado e ajuda no dia a dia. Uma vez emparelhado, o HD 250BT passa a funcionar instantaneamente dessa forma com os seus dispositivos.
Falando ainda em conexão, o gadget da alemã é muito estável devido ao Bluetooth 5.0. A música não parou quando eu andei pelo apartamento com várias paredes no caminho — eu usei um iPhone 11 para essa avaliação e o celular ficou distante o tempo todo. A latência, no que lhe concerne, é baixa e ele se saiu bem nos meus testes no YouTube, graças ao Qualcomm aptX Low Latency, que reduz o atraso e oferece áudio e vídeo sincronizados.
Vamos ao que interessa: o som do Sennheiser HD 250BT não é fechado nem aberto demais. Estamos falando de uma assinatura equilibrada, que valoriza cada frequência, e deve agradar a maioria das pessoas. A configuração sonora tende a reproduzir com eficiência os principais estilos musicais: rock, pop, eletrônica, hip hop, jazz.
Este é um ótimo fone para quem gosta de ouvir músicas clássicas dos anos 70, 80 e 90. I Want Your Love, do grupo CHIC, soa com nuances prazerosas. Os agudos ficam balanceados, enquanto as batidas são sentidas sem estourar. Os médios também repercutem bem e surpreende ouvir com clareza o bumbo da bateria, o piano, o violino e o contrabaixo, mesmo com o backing vocal em cima e mais atuante nessa faixa.
Em Redbone, do Childish Gambino, outra faixa mais complexa, os médios-agudos tomam conta do HD 250BT e ficam agradáveis, sem embolar. Os instrumentos mais presentes e o vocal se misturam e permanecem estáveis. Assim também foi com High Life, do Daft Puck, que, mesmo com os efeitos dançantes, soou vivo e sem embolação. Nivelado e harmonioso. Assim eu posso definir a qualidade sonora deste fone da Sennheiser.
Já o microfone não é ruim. Quem está do outro lado da linha consegue me ouvir e aquele áudio metalizado não está presente, porém a empresa poderia dar uma atenção maior nesse quesito. A minha voz fica longe durante a conversa e, dependendo do ambiente, eu tenho que falar mais alto para a outra pessoa me entender.
Para quem está acostumado com cancelamento ativo de ruído em outros fones, então pode sentir falta da tecnologia por aqui. O modelo tem apenas cancelamento de ruído passivo que cumpre bem a sua missão. A estrutura do headphone foi capaz de isolar o barulho de uma lavadora de alta pressão, de carros e motos. É claro que ele não exclui eficientemente como outros fones mais caros, mas para um produto que não traz nenhuma tecnologia embarcada, até que o HD 250BT não desaponta.
O meu elogio ainda pode ser ampliado para a autonomia. A marca promete até 25 horas de reprodução com apenas uma carga completa. A verdade é que eu consegui deixar o aparelho ligado reproduzindo música via Spotify por 24h30min, portanto, um pouco abaixo do prometido, mas ainda assim é um resultado satisfatório. Em outros momentos, com uma carga, eu consegui usar o fone por vários dias.
O Sennheiser HD 250BT é um headphone equilibrado. Um dos mais equilibrados que eu já testei. A empresa soube dosar muito bem o projeto: apostou no conforto, trouxe tecnologias importantes e não abriu mão de um som de qualidade. O design, no entanto, veio mais simples e a marca teve que remover o cancelamento ativo de ruído para não encarecer o produto.
A Sennheiser diz que o modelo foi projetado “para atender toda a multidisciplinaridade da vida contemporânea”. Realmente, eu sinto essa filosofia usando o HD 250BT, mas seria interessante ter uma entrada de áudio para não parar a música quando a bateria acaba. Além disso, eu gostaria de ver aquela flexibilidade do HD 350BT aqui e dobrar o 250BT para guardá-lo melhor na mala durante uma viagem.
Se vale a pena? Vale, mas ele não é para todo mundo. Eu recomendo este fone para quem busca algo superior em qualidade sonora, de uma empresa especializada, e com preço razoável. É um excelente modelo para quem passa mais tempo em casa ou em outros locais fechados. O Sennheiser HD 250BT é um fone para quem busca o essencial.