Sal, aquele mesmo que você usa para temperar saladas, carnes e toda a sorte de comidas, tem uma aplicação tecnológica que ninguém imaginava. Ele pode ser usado para aumentar a densidade dos discos rígidos usados em computadores hoje em dia. A descoberta foi feita por um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisas e Engenharia de Materiais de Cingapura, liderados por Joel Yang. Mas antes que você ache que basta abrir um HD e jogar sal para aumentar sua capacidade, saiba que é bem mais complicado do que isso.

(a) – superfície com 1,9 TB por polegada² (b) – superfície com 3,3 TB por polegada²

Os discos magnéticos de um HD são feitos de alumínio ou uma combinação de vidro e cerâmica, e em ambos os casos eles recebem uma fina camada magnética na superfície. É nessa camada onde são lidos, escritos e armazenados os dados. O que Yang descobriu foi que adicionando cloreto de sódio numa solução usada no processo de criação dessa camada, chamado de litografia, foi possível criar estruturas magnéticas ainda menores do que antes, chegando na escala dos nanômetros.

Dessa forma, com menores estruturas ocupando a mesma superfície, um disco pode ter seu armazenamento multiplicado sem precisar de uma nova tecnologia e sem precisar incluir mais discos no HD. Nos testes da equipe de Yang eles conseguiram multiplicar o espaço de um HD de 1 TB para 6 TB usando essa técnica.

Como está nas fases iniciais de pesquisa, a técnica ainda precisa ser aprimorada antes de ser implementada. Mas Yang garante que sua técnica não exige nenhuma grande mudança na infraestrutura atual das fabricantes de HD, o que garante que veremos no futuro discos de maior capacidade custando o mesmo preço ou até menos do que atualmente.

Com informações: Engadget.

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Escrito por

Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.