Os testes dos drones para acesso à internet do Facebook começam em 2015
Com o projeto Internet.org, o Facebook assumiu o compromisso de disponibilizar acesso à internet em lugares remotos ou carentes de infraestrutura. A companhia pretende cumprir pelo menos parte desta promessa com drones. Utopia? Pode até ser, mas os testes com as aeronaves começam em 2015.
É o que assegurou Yael Maguire, líder de engenharia da Connectivity Lab, divisão do Internet.org que trata de aspectos tecnológicos, durante o evento Social Good Summit.
O executivo revelou também que os drones do projeto não serão compactos, tal como a maior parte dos modelos atuais. Pelo contrário: os aviões não tripulados do Facebook terão, aproximadamente, o tamanho de um Boeing 747!
A ideia é fazer estes drones sobrevoarem as áreas de coberturas em altitudes entre 60 mil e 90 mil pés. Desta forma, as aeronaves ficariam menos suscetíveis a intercorrências causadas por condições climáticas e não atrapalhariam o tráfego aéreo convencional – na aviação comercial, a altitude máxima costuma ficar perto da casa dos 40 mil pés.
Mas voar tão alto não é suficiente. Os aviões da iniciativa também devem passar bastante tempo no ar, pelo menos alguns meses sem fazer um único pouso. Placas de energia solar deverão recobrir as asas para garantir o funcionamento das aeronaves durante períodos tão extensos.
É claro que os desafios são gigantes, beirando o inviável. A Connectivity Lab precisa encontrar empresas ou instituições para desenvolver os drones, por exemplo. O plano inicial era utilizar a Titan Aerospace como fornecedora, mas “coincidentemente”, a companhia foi comprada pelo Google.
Ainda na parte tecnológica, a Connectivity Lab tem que decidir como irá oferecer internet: sabe-se que o acesso será baseado em Wi-Fi, mas não quais companhias serão provedoras. Para este fim, o Google tem procurado operadoras móveis locais em seu projeto com balões.
Há ainda questões envolvendo legislação. Há países que restringem o uso de drones. Outros sequer possuem leis sobre o assunto. Obter autorizações para voos acima de 60 mil pés também não deve ser tarefa fácil.
Mas, se tudo der certo, as primeiras aeronaves do projeto começam a ser testadas no próximo ano e entrarão em funcionamento definitivo em 2017 – no mais tardar, em 2020.
Há, até o momento, 21 regiões na mira do projeto, incluindo pontos da África, Ásia e, veja só, América Latina.