Estudo afirma que pirataria de jogos custa 20% das vendas no lançamento

Artigo analisou o desempenho de vendas de jogos nos três meses pós lançamento. 20% da receita é perdida se jogo é pirateado no lançamento

Felipe Freitas

Um artigo publicado na revista científica Entertainment Computing aponta que a pirataria tira 20% das receitas dos jogos. O estudo analisou a jogos lançados entre setembro de 2014 até o fim de 2022, combinando o tempo demorado para que a proteção da Denuvo fosse crackeada — 12 semanas era o limite, já que é o período que as vendas já estão em queda.

Apesar de uma metodologia bem pensada (crackear um jogo semanas após o lançamento impacta menos nas vendas), o artigo não levou em conta as receitas de DLCs e colecionáveis (como skins e item especiais). Em resposta ao Tecnoblog, William Volckmann, autor da pesquisa, comentou que esses itens dariam uma análise separada.

Eu acho que isso demandaria a sua própria análise separada, já que DLCs costumam ser lançadas fora da janela que eu analiso (três meses após o lançamento).

— William Volckmann

Queda de 20% na receita na primeira semana

Volckmann comparou o desempenho de vendas dos jogos com o Denuvo quebrado e aqueles que seguiam protegidos. No resultado do estudo, o autor aponta que a receita cai 20% se o jogo foi crackeado na primeira semana do lançamento. A queda de vendas quando o crack é feito após esse período varia por semana.

Queda tende a ser menor conforme o crack do jogo está mais longe da semana de lançamento (Imagem: Divulgação/William Volckmann)
Queda tende a ser menor conforme o crack do jogo está mais longe da semana de lançamento (Imagem: Divulgação/William Volckmann)

Quanto mais tempo levou para o game ser crackeado, menor o impacto na queda das vendas. Por exemplo, se o jogo é pirateado na sexta semana, a perda de receita é de 5%. A maioria dos jogos analisados passaram de 12 semanas sem ter sua proteção antipirataria quebrada.

Esses resultados corroboram uma declaração feita pelo vice-presidente da Denuvo em 2017. Para Robert Hernandez, o foco é manter os jogos protegidos nos primeiros dias, já que a maioria das vendas são feitas no hype do lançamento — ainda que existam casos de jogos crackeados no primeiro dia.

Retomando o que foi escrito no segundo parágrafo, a dificuldade de crackear jogos Denuvo impacta na venda de DLCs. Se uma pessoa demora para quebrar a proteção, ela terá que repetir essa etapa nas DLCs seguintes. Assim, sem o acesso a esses extras, um jogador que pirateou o game pode optar por comprá-lo por um preço menor.

Autor criou técnica para estimar vendas

Como as companhias não costumam revelar o número de vendas por semanas, Volckmann teve que criar uma técnica para estimar o resultado. O autor baseou o número de vendas levando em conta o crescimento do número de jogadores ativos e reviews. Volckmann reconhece que essa é a maior limitação do seu estudo.

Com informações: Ars Technica

Leia | Os riscos de recorrer a jogos piratas

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.