Polêmica do dia: Samsung estaria trapaceando nos resultados de benchmark do S4
O Galaxy S4 está no Olimpo dos smartphones atualmente com sua configuração incrível. A estrela em termos de hardware é o processador Exynos 5 Octa, um octa-core (que não é bem um octa-core) que garante ao smartphone resultados astronômicos em benchmarks (dê uma olhada nos resultados no nosso review).
Mas um site descobriu essa semana que esses resultados podem estar “programados” pela Samsung, como um cheat para que eles sejam maiores do que, de fato, são.
O AnandTech descobriu uma instrução que faz a GPU funciona como se estivesse em overclock com determinados aplicativos – adivinha quais? Os que calculam benchmarks, como AnTutu e Quadrant. Como eles são os mais usados – inclusive nas nossas avaliações aqui no TB – , dá para imaginar o tamanho da trapaça.
De acordo com o site, a GPU normalmente trabalha a até 480 MHz mesmo nos aplicativos que demandem mais graficamente, como alguns jogos mais pesados. Mas, ao rodar os benchmarks que testem essa capacidade, a frequência sobe para 532 MHz.
No caso dos benchmarks de CPU, essa diferença foi ainda mais evidente: no GLBenchmark 2.5.1, é utilizado o Cortex-A15 a 1,2 GHz, mesmo quando o benchmark não está sendo rodado, mas o app está aberto; no GFXBench 2.7, volta a ser utilizado o Cortex-A7 a 500 MHz. Isso indica que o smartphone “sabe” quando aumentar a frequência.
Fuçando um pouco mais, a equipe do site encontrou uma linha de código que contém a informação “BenchmarkBoost” junto com referências a Quadrant, Benchmark Pi e AnTuTu (no entanto, não há nada sobre o GLBenchmark 2.5.1).
A Samsung já se pronunciou sobre as descobertas do AnandTech. Em seu blog oficial, a empresa declarou que o S4 foi feito para garantir o máximo de uso de GPU de 533 MHz. Segundo a publicação, ela é utilizada em apps em tela cheia, como galeria, câmera e player de vídeo, além dos benchmarks. Em alguns jogos, que costumam ser utilizados por mais tempo e podem causar uma sobrecarga, ela é diminuída para 480 MHz para evitar que isso ocorra. Ou seja, a intenção da Samsung é melhorar a experiência do usuário, não os resultados de benchmark.
Então, tá. Mas isso deveria ser explicado antes, não?
Em todo caso, a história nos deixou com uma sensação bastante incômoda de que fazer essas manipulações é bem simples para as fabricantes. Preferimos acreditar que elas não façam isso, mas fica a lição de que, mais do que resultados de benchmark, o que importa de verdade é a experiência prática do usuário na hora de avaliar e escolher um smartphone.
Colaborou Emerson Alecrim
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