Laser branco, uma promessa para telas melhores e conexões à internet mais rápidas
Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona anunciaram nesta semana a criação de um tipo de laser branco que promete ter mil e uma utilidades. Bom, talvez não tudo isso, mas duas delas nos interessam muito: telas que podem deixar painéis OLED no passado e transmissões de dados mais rápidas.
O primeiro emissor de laser data de 1960. A tecnologia evoluiu bastante desde então, abrindo espaço para numerosas aplicações: impressão, mídias (DVD e Blu-ray, por exemplo), fibra óptica, cirurgias, entre outros. Mas há limitações em muitas delas. O tal do laser branco tem potencial para superá-las, pelo menos em parte.
Cada cor de laser tem um determinado comprimento de onda. A luz branca, porém, é formada pela junção de cores, o que significa que não é tarefa simples criar um emissor que suporte em um feixe só o comprimento de onda de cada cor.
Mas, sob liderança do professor Cun-Zheng Ning, os pesquisadores do Arizona conseguiram, de certo modo. Eles desenvolveram um emissor em escala nanométrica — acredite, a espessura do artefato corresponde a um milésimo da grossura de um fio de cabelo — que, na verdade, é subdividido em três emissores: um vermelho, um verde e um azul.
Há uma combinação de zinco, cádmio, enxofre e selênio na composição desse emissor. Se as partes com cádmio e selênio forem estimuladas, tem-se um feixe vermelho. Os segmentos com cádmio e enxofre geram luz verde. Por fim, enxofre e zinco resultam na cor azul.
O emissor pode, portanto, disparar um feixe azul, por exemplo, ou combinar o vermelho com verde. Várias combinações são possíveis. Se os três emissores forem ativados ao mesmo tempo com igual intensidade, tem-se o feixe branco.
Várias aplicações podem ser melhoradas ou criadas com esse feito, mas os pesquisadores destacam que o novo tipo de laser poderá fazer a diferença no Li-Fi, tecnologia que se baseia em luz para transmitir dados. Isso porque esse laser é até 100 vezes mais rápido que o LED nas conexões.
Mas há mais expectativas em relação às telas. Cada segmento do emissor pode ser estimulado com diferentes intensidades. Nos cálculos dos pesquisadores, isso faz com que o laser consiga gerar até 70% mais cores (incluindo o branco, obviamente) que as tecnologias atuais, como o OLED. Como se não bastasse, o laser é bastante econômico no consumo de energia, mais do que o LED.
Você sabe como é a dinâmica dessas invenções. Testes — muitos testes — e ajustes precisam ser feitos para que a tecnologia se torne viável comercialmente, então não dá para esperar alguma coisa tangível para o curto prazo. Por ora, o que importa é que o primeiro passo está dado.