Quase metade dos brasileiros usa o smartphone antes de dormir (e isso é bem ruim)

72,4 milhões de brasileiros acessam a internet pelo celular

Jean Prado
• Atualizado há 9 meses

Uma pesquisa realizada pelo Nielsen Ibope avaliou o uso da internet no smartphone dos brasileiros e o comportamento da população com o celular. Os levantamentos apontam, principalmente, que o número de usuários de smartphone com internet está quase chegando nos de computador e que muitos usam o celular antes de dormir.

Em números, as pessoas que usam o smartphone para ter acesso à internet no Brasil chegaram a 72,4 milhões no segundo trimestre do ano. O aumento em relação ao primeiro trimestre é de 4%, quando 68,4 milhões de pessoas navegavam nesses dispositivos.

Em julho, também foi levantado que 96,1 milhões de pessoas têm acesso a um computador com internet em casa, enquanto 103,4 milhões usam o computador em casa ou no trabalho. Quando comparado com fevereiro, esse número diminuiu em cerca de 600 mil pessoas e os usuários ativos também caíram em quase 2 milhões, de 74,1 milhões para 72,2 milhões.

Os smartphones com internet chegaram a ser mais usados entre adultos e idosos, a partir da faixa de 35 anos. Esse grupo agora representa 38% dos usuários, 3% maior em relação ao quarto trimestre de 2014. Nos três períodos, no entanto, a faixa de usuários que abrange pessoas de 25 a 34 anos continuou dominante entre os usuários de internet no smartphone ― sempre com 27%.

Por fim, sem surpresa alguma, 30% dos 20 aplicativos mais usados por brasileiros são de redes sociais, embora a pesquisa não especifique quais. Outros apps significativos aparecem na lista, como três de e-mail (o primeiro fica em 4º) e quatro de bancos (o primeiro se posiciona em 11º).

Principais momentos de uso do smartphone

Como você pode observar no gráfico acima, quase metade da população usa o smartphone antes de dormir; entre os adolescentes, esse hábito chega a 62% dos entrevistados. O uso também é grande para quem espera alguma coisa, assiste TV, acaba de acordar ou está no banheiro.

A maioria desses hábitos, por mais que sejam praticados pela maioria dos entrevistados, não faz muito bem à saúde. Algumas pesquisas indicam que, ao jogar no celular ou até mesmo ler mensagens enquanto está no banheiro, seu esfíncter pode se contrair, fazendo com que seu tempo no banheiro dure um pouco mais que o esperado.

O doutor Dan Siegel, da Escola de Medicina da UCLA na Califórnia, explicou os impactos negativos de usar o smartphone antes de dormir ao Business Insider. “As pessoas estão expondo seus olhos a uma corrente de fótons proveniente desses objetos, que basicamente fala para o seu cérebro que ainda não é hora de ir dormir”, segundo ele.

Assim, a secreção de melatonina pelo seu cérebro demora mais para acontecer e você acaba dormindo mais tarde. Muitas vezes, quem precisa acordar cedo no dia seguinte pode deitar às 22h ou 23h, mas fica no celular por mais uma hora até pegar no sono.

E qual o problema? Bem, quando você dorme apenas cinco horas, em vez de sete a nove, as células da glia não limpam direito as toxinas geradas pelos seus neurônios. Dessa forma, sua atenção, memória e a capacidade de resolver problemas ficam debilitadas. Segundo Dan, até a insulina, que ajuda a regular o metabolismo, não funciona muito bem. Assim, você fica mais suscetível a ganhar peso porque você tende a comer mais.

Penso, logo não durmo

Apesar de quase da metade da população que tem acesso a um smartphone usá-lo na cama, essa prática não faz bem para a saúde pelos motivos listados acima. No entanto, muitos ainda continuam fazendo porque querem pegar no sono ou “aumentar a produtividade”.

No Tecnocast 022, conversamos sobre como a tecnologia pode ter o efeito contrário: diminuir a sua capacidade de focar em decisões importantes e te fazer dormir menos. A lição é: descansar também faz bem. O botão de play fica logo abaixo!

Leia | Como ver o tempo de uso de aplicativos no Android

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.