O USB-C está pronto para substituir de vez o conector de fones de ouvido
Eu espero que você não esteja muito incomodado com essa história de os conectores para fones de ouvido sumirem dos smartphones. Se estiver, isto vai soar como má notícia: nesta semana, o USB-C ficou oficialmente pronto para ocupar o lugar dos conectores de 3,5 mm.
O assunto ganhou força com os lançamentos do iPhone 7 (incluindo a versão Plus) e do Moto Z. Ambos não têm conectores tradicionais para fones, como você deve saber. Mas isso não quer dizer que só a Apple e a Lenovo estão determinadas a fazer essa mudança. Outras gigantes da indústria também estão nessa. É justamente aqui que o USB Implementers Forum (USB-IF) entra em cena.
A organização é responsável por definir os padrões do USB e, como tal, conta com o apoio de vários nomes da indústria. Um deles é a Intel, que esteve à frente do desenvolvimento do recém-finalizado USB Audio Device Class 3.0 (PDF), conjunto de especificações que determina como o áudio deve funcionar nas conexões USB-C.
Com essas especificações, a indústria pode utilizar o USB-C como conexão padrão para diversos equipamentos de áudio, incluindo dispositivos de realidade virtual, caixas de som e, claro, fones de ouvido.
Entre as vantagens do novo padrão estão o suporte a áudio digital, os controles para redução do consumo de energia e a garantia de interoperabilidade (um headset com USB Audio Device Class 3.0 vai mesmo funcionar com um smartphone compatível com as mesmas especificações, por exemplo).
Mas o USB-IF não esconde que o principal benefício (ou, ao menos, o mais chamativo) é a eliminação do conector de 3,5 mm. Portas USB em dispositivos móveis são usadas para dados, energia e até vídeo, mas não para áudio. Mesmo nos aparelhos com USB-C, o conector P2 / P3 continua existindo. Pelo menos até agora: com o USB Audio Device Class 3.0, os fabricantes podem eliminá-lo de vez.
“Menos conectores abrem portas para a inovação em múltiplas frentes, tornando mais fácil o projeto de dispositivos resistentes à água”, exemplifica o USB-IF. No primeiro semestre, a Intel havia apontado outras vantagens, como a possibilidade de sensores colocados nos fones de ouvido transmitirem dados ao smartphone, recurso que poderia ser útil em aplicações de saúde e esporte.
Como essa não é uma transição “indolor” — você terá que usar adaptadores para conectores de 3,5 mm ou comprar fones com Bluetooth se quiser deixar a porta USB-C livre —, ainda há dúvidas sobre o fim dos conectores tradicionais nos dispositivos móveis. Nesse sentido, dá para dizer que o Moto Z e o iPhone 7 estão fazendo o teste de aceitação (embora o aparelho da Apple use Lightning em vez de USB-C).
Porém, as chances de mudanças são realmente grandes. Como o USB Audio Device Class 3.0 oferece uma padronização que facilita a implementação, a tendência é a de que os fabricantes abandonem a saída de 3,5 mm à medida que o micro-USB estiver sendo trocado pelo USB-C.
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