Nós, brasileiros, deveríamos estar comemorando: temos acesso irrestrito a todos – absolutamente todos – os serviços que o Google oferece na internet. No entanto, há uma enorme quantidade de usuários que não têm esse privilégio. De acordo com post publicado hoje Rachel Whetstone, vice-presidente para comunicações globais e relações públicas, o Google sofre restrições de acesso em 25% dos países nos quais mantém operações.
“A censura na web é um problema crescente”, escreveu Rachel. “Mais de 24 horas de vídeos são enviadas para o YouTube a cada minuto de cada dia. Isso cria grandes desafios para governos acostumados a controlar a mídia impressa e rádio/televisão”. A executiva ainda afirma que governos que censuram os sites do Google – ou qualquer outro site que não esteja cometendo crimes, obviamente – estão infringindo o artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos, que assegura a liberdade de opinião e expressão.
O Google afirma que a busca é o serviço cujas políticas da própria empresa são menos restritivas. Em alguns países, como Alemanha e França, eles seguem leis locais que proíbem a exibição de determinados conteúdos, então isso é feito nas versões locais do buscador (Google.de e Google.fr), com direito a um recado informando quantos resultados de busca foram omitidos.
Num caráter intermediário estariam as plataformas de publicação da empresa, como YouTube, Blogger e Picasa Web. A empresa tenta oferecer todas as ferramentas para que conteúdo inadequado seja sinalizado dessa forma e revisado. Não é à toa que há pessoas revisando o que é publicado nos serviços do Google durante 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Por fim, os produtos relacionados a publicidade são os que têm as políticas mais restritivas. “Porque são produtos comerciais cuja intenção é gerar receita”.
Um relatório um tanto quanto interessante sobre como o Google classifica seus produtos de acordo com as políticas que são adotadas para cada um deles. Assustador, no entanto, é pensar que mesmo com tantas investidas para evitar a censura cruel – como a da China -, 25 dos cem países em que o Google atua optam por censurar indiscriminadamente o site.