Microsoft processa gigante britânica de varejo por piratear Windows
Comet é acusada de gravar discos de recuperação sem autorização.
Hoje a Microsoft publicou um comunicado dando conta de um processo jurídico contra Comet, uma distribuidora de eletrônicos do Reino Unido.
A empresa alega que a Comet teria vendido mais de 94.000 cópias ilegais do Windows XP e do Windows Vista na forma de discos de restauração do sistema. De um lado, a distribuidora culpa a própria Microsoft por ter parado de fornecer discos originais com a venda de novos computadores pessoais em 2007.
Segundo a Comet, se uma partição do disco era perdida por exemplo, a única maneira do cliente restaurar sua máquina era ou enviar o computador de volta para a loja ou comprar uma nova licença do Windows, o que nem sempre significava ter a máquina exatamente como estava antes da pane.
Do outro lado, a Microsoft diz que espera “muito mais de seus distribuidores e que seus clientes merecem mais do que isso – não é justo”.
O que parece ser ignorado pela Comet (e algo que fatalmente lhes custará a cabeça nos tribunais) é o fato de que se o computador vendido na loja contém uma licença original do sistema operacional, um simples download a partir do site do fabricante resolve parte do problema do cliente.
Sim, no caso do Windows XP/7, se o caso de formatar a máquina resolver. O usuário pode então queimar quantos cópias pessoais quiser, desde que utilize apenas a licença de sua propriedade. Formata, reinstala, voilá. Agora, já para restaura-la por meio de um download diante de alguma pane eventual, aí é que são outras… e isso é de fato um problema.
Embora seja um pouco difícil identificar como, a Comet disse que “defenderá sua posição vigorosamente” nos tribunais.
Sobre o problema de restauração de computadores pessoais, a polêmica ainda persiste. Embora a Microsoft tenha abortado os CDs/DVDs originais diretamente com a venda de computadores, da posse de sua licença original, o usuário tem que formatar e depois restaurar sua máquina a um ponto salvo anteriormente.
Ou seja, o argumento da Comet (talvez o único) é que o usuário não pode simplesmente restaurar sua máquina através de um download feito diretamente do site do fabricante, como o Max OS X 10.7 (Lion) por exemplo. Ele sempre precisará de um disco de instalação para refazer todo o processo, o que segundo eles (Comet) deve ter “forçado” a sua mão para atender bem os seus clientes, tentando absurda e desesperadamente jogar a culpa na própria Microsoft.
A Apple nunca parou de enviar discos originais de reinstalação/restauração junto de cada unidade vendida até 0 OS X 10.6 (Snow Loepard); prática que a Microsoft abortou no meio de 2007 dada pela imensa e incontrolável quantidade de unidades vendidas com o seu sistema operacional em todo o mundo, o que só amplificava o escopo da pirataria.
A Microsoft mantém todo um website especialmente voltado para apoiar seu usuário na identificação de softwares e sistemas pirateados, esclarecer questões relacionadas ao licenciamento e ao reporte da distribuição de cópias ilegais. O website é o HowToTell.Com, embora infelizmente a verdade é que muitos usuários nem se importam muito com seu conteúdo.
A partir de julho de 2011, dos novos MacBook Airs em diante, a Apple ofereceria então o Lion pré-instalado na máquina e upgrades, atualizações e restaurações totalmente via download.
O que realmente surpreende é o fato da Comet ignorar completamente os termos de uso e licenciamento da Microsoft em prol de não empacar a venda de unidades.
Mais surpreendentemente ainda é fazer isso às vésperas de se ter à mão o Windows 8, que dentre as suas muitas atualizações, estão as funções de Refresh, Reset e Cloud Backup além de novas contra-medidas contra a pirataria.
Incrível.