Pix é lançado para todos em bancos e fintechs, e este é só o começo

BC libera Pix com transferências instantâneas entre 734 bancos e fintechs usando chave como CPF, e-mail ou número de celular

Felipe Ventura
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• Atualizado há 8 meses
O Pix chegou (Imagem: Divulgação/Banco Central)
Ele chegou! (Imagem: Divulgação/Banco Central)

A partir desta segunda-feira (16), todos os clientes de 734 bancos e fintechs podem fazer um Pix: isso significa realizar transferências instantâneas mesmo entre instituições financeiras diferentes e sem precisar de agência e conta — basta usar uma chave como CPF, e-mail ou número de celular. A plataforma de pagamentos do Banco Central vai receber mais recursos em breve, como saques em lojas, a evolução do boleto e até envio internacional de dinheiro.

Entre os dias 3 e 15 de novembro, ocorreu a fase de testes do Pix: todo mundo já podia receber dinheiro, mas só alguns clientes estavam liberados para enviar. Nesse período, foram realizadas mais de 1,9 milhão de transações entre instituições diferentes em um valor acima de R$ 780 milhões.

O Pix é obrigatório para 35 instituições financeiras com mais de 500 mil contas: isso inclui Itaú, Bradesco, Santander, Caixa (Caixa Tem), Banco do Brasil, Nubank, Mercado Pago, Inter, C6 Bank, PagSeguro e outras.

Além disso, teremos a participação do PicPay, RecargaPay, Ame Digital e mais — a lista completa está neste link. No total, 734 bancos e fintechs vão oferecer o Pix para toda a base de clientes a partir de hoje.

O BC explica que outras 19 empresas não realizaram todos os testes durante o período de operação restrita; por isso, elas deverão passar por uma nova homologação a partir de 1º de dezembro de 2020 para oferecerem o serviço no futuro.

Por que usar o Pix?

Pix em aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Há quatro vantagens principais. Em primeiro lugar, ele permite realizar transferências em até 10 segundos, basicamente instantâneas, mesmo entre um banco e outro — algo bem mais prático que um DOC ou TED. Segundo ele funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo feriados, então não é necessário esperar até o próximo dia útil para o dinheiro cair na sua conta (ou de outra pessoa).

Em terceiro lugar, temos as chaves do Pix. É possível associar sua conta de um banco específico a um dado pessoal, incluindo CPF, endereço de e-mail e/ou número de celular. Dessa forma, não é necessário passar agência e conta para receber dinheiro — mas isso continua sendo possível.

Por fim, o Pix é grátis e ilimitado para pessoa física na maioria dos casos. O BC abre algumas exceções mais específicas: por exemplo, é permitido (mas não obrigatório) cobrar uma taxa se a transação for presencial, direto na agência; ou se o cliente recebe mais de 30 vezes por mês na mesma conta, indicando uso comercial.

Só o começo

Pix no aplicativo (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Opção aparece em aplicativos de banco (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Esta é só a primeira fase; o BC planeja incluir vários outros recursos a essa plataforma de pagamentos:

  • a partir de hoje, será possível usar o Pix Cobrança como alternativa ao boleto: a empresa gera um QR Code com vencimento em uma data específica, e consegue incorporar dados sobre juros, multas e descontos;
  • graças a uma parceria com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), será possível pagar a conta de luz em qualquer horário e dia da semana através do Pix;
  • em 2021, o Pix será integrado ao pagamento por aproximação via NFC e MST, usado em celulares e em cartões compatíveis;
  • também no ano que vem, teremos o Saque Pix: você poderá chegar em um estabelecimento, pedir para sacar um valor específico e ele será retirado do caixa, como se fosse uma compra;
  • o BC promete que, até 2023, será possível usar o Pix para transferências ao exterior: isso demora mais um pouco porque depende de uma revisão das leis cambiais, algo que precisa passar pelo Congresso.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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