Correios vão comprar 21 mil celulares em 2021 para entregadores

85% dos carteiros têm celular dos Correios, e empresa já trocou 19 mil celulares este ano; governo quer privatizar 100% da estatal

Felipe Ventura
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• Atualizado há 3 meses
Carteiro faz entrega usando celular dos Correios (Imagem: Divulgação)
Carteiro faz entrega usando celular dos Correios (Imagem: Divulgação)

Os Correios entraram em processo de privatização este ano, e a intenção do governo é vender 100% da estatal. Nesse meio tempo, a empresa vem comunicando melhorias tecnológicas para a entrega de produtos: a mais recente delas é atualizar os celulares dos carteiros, com a expectativa de comprar 21 mil aparelhos até o final de 2021.

Correios listam melhorias para entregas

Os celulares dos entregadores vêm com um aplicativo que gera informações em tempo real sobre o status da encomenda ou carta registrada; esses dados são então repassados aos clientes.

Cerca de 85% dos carteiros estão com smartphone dos Correios. Este ano, a empresa já trocou 19 mil celulares; isso significa que, no total, terão sido comprados 40 mil smartphones em 2021. A estatal não mencionou os modelos que serão adquiridos.

Os Correios afirmam que os aparelhos têm como objetivo trazer mais mobilidade às soluções de vendas, atendimento, operações, logística, tratamento, distribuição e transporte. Especificamente, os Correios mencionam as seguintes melhorias:

  • agilizar serviços internacionais como a emissão do despacho postal, que poderá ser feita sem levar os objetos para uma estação fixa;
  • acelerar o processo de retirada, separação de pedidos e expedição de itens em estações móveis nos centros de distribuição e logística, já que os operadores vão receber as instruções pelo celular sem a necessidade de voltar a uma posição fixa;
  • aperfeiçoar a logística de grandes operações como a entrega de livros didáticos do FNDE, obtendo mais rápido as informações de entrega;
  • implementar o sistema de Registro Diário de Viagens e Ocorrências (RDVO-D), no qual os dados das entregas serão migrados em tempo real para o sistema de gestão integrado da estatal;
  • substituir etapas manuais do atendimento nos serviços do Balcão do Cidadão.

Este ano, os Correios passaram a usar RFID para rastrear entregas em tempo real; e implementaram QR Code (chamado de Estampa 2D) para acelerar a triagem e postagem de cartas. Além disso, o app oficial agora permite pagar Sedex e PAC para agilizar o envio.

A empresa vem expandindo os lockers para encomendas, que começaram no Distrito Federal e chegaram ao Rio de Janeiro e São Paulo. E, em março, ela reduziu prazos de entrega e preços de Sedex e PAC.

Ministro defende privatização dos Correios

Fábio Faria, ministro das Comunicações, defendeu a privatização dos Correios em pronunciamento na última segunda-feira (2). Ele lembrou que a empresa teve lucro de R$ 1,5 bilhão em 2020, mas argumentou:

“Mesmo com muito trabalho e seriedade, o faturamento se mostra insuficiente frente ao que precisa ser investido todos os anos. São necessários R$ 2,5 bilhões por ano em investimentos para que os Correios permaneçam competitivos e possam disputar o mercado com as outras empresas de entrega, de logística que já operam aqui no Brasil.”

Para Faria, a privatização permitirá à empresa “crescer, competir, gerar mais empregos, desenvolver novas tecnologias, ganhar mais eficiência, agilidade e pontualidade”. O projeto de lei 591/21, que permitiria a venda para o setor privado, está em análise na Câmara dos Deputados.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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