Meta registra primeira queda na receita trimestral em dez anos

Receita da Meta no segundo trimestre de 2022 ficou 1% abaixo da registrada no mesmo período de 2021; metaverso segue dando prejuízo para a empresa

Bruno Ignacio
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Mark Zuckerberg (imagem: Reprodução/Facebook)

A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, cresceu sem parar durante muitos anos. No entanto, o cenário mudou. A empresa apresentou seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2022 nesta quarta-feira (27). Pela primeira vez em uma década, a companhia registrou uma queda na receita trimestral. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 1%.

Em documentos compartilhados nesta tarde, a Meta informou uma receita total de US$ 28,82 bilhões no segundo trimestre deste ano, resultado 1% inferior ao mesmo período de 2021, quando a empresa registrou uma receita de US$ 29,07 bilhões. Trata-se da primeira queda nos números da companhia desde que abriu seu capital em maio de 2012.

No último trimestre, o lucro da Meta foi de US$ 6,69 bilhões, valor consideravelmente mais baixo em comparação aos US$ 10,39 bilhões do segundo trimestre de 2021, representando uma queda de 36%. Mesmo que o dinheiro que entrou tenha caído, a Meta segue determinada em gastar bilhões para construir seu metaverso.

Ainda que os resultados gerais sejam negativos para a Meta em um comparativo anual, a empresa atingiu números melhores que o primeiro trimestre de 2022, quando foi registrada uma receita total de US$ 27,9 bilhões.

O relatório financeiro também apresentou um ponto positivo. A Meta registrou um aumento nos usuários diários de sua família de produtos (Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp). A média foi de 2,88 bilhões de pessoas que logaram ao menos uma vez em uma dessas plataformas durante o dia, um aumento de 4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Metaverso segue dando prejuízo para Meta

O metaverso mistura o mundo real com o virtual por meio de tecnologia (Imagem: Lucrezia Carnelos/Unsplash)
O metaverso mistura o mundo real com o virtual por meio de tecnologia (Imagem: Lucrezia Carnelos/Unsplash)

Aos investidores, Mark Zuckerberg afirmou que sua visão para o metaverso ainda demorará anos para se concretizar, reafirmando que se trata de um investimento caro. O CEO da Meta parece confiante que os gastos bilionários recompensarão a empresa a longo prazo.

A divisão Facebook Reality Labs (FRL), responsável pelas operações da empresa em realidade aumentada e virtual, apresentou um prejuízo de US$ 2,81 bilhões para a Meta no segundo trimestre de 2022. Ainda que as operações direcionadas ao metaverso não estejam gerando retorno para a companhia, os números estão melhorando.

No primeiro trimestre deste ano, as perdas referentes ao Facebook Reality Labs foram de US$ 2,96 bilhões, enquanto no último trimestre de 2021 os números foram ainda piores, com prejuízo de 3,3 bilhões. A Meta reiterou que pretende seguir investindo na divisão e em seus planos para o metaverso nos próximos anos, aumentando o investimento destinado a essas operações.

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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