DuckDuckGo também adota inteligência artificial, mas de um jeito “humilde”

Buscador deixa chatbot de lado e vai usar tecnologia para dar respostas usando informações da Wikipédia e da Encyclopedia Britannica

Giovanni Santa Rosa
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DuckAssist resume informações e dá respostas usando linguagem natural
DuckAssist resume informações e dá respostas usando linguagem natural (Imagem: Divulgação/DuckDuckGo)

Inteligência artificial é a palavra da moda nos buscadores. O Bing já deu um jeito de adotar um chatbot com a mesma tecnologia do ChatGPT, e o Google promete fazer o mesmo. Até mesmo serviços menores vão por este caminho. É o caso do DuckDuckGo. A abordagem, porém, promete ser mais cautelosa.

A inteligência artificial se chama DuckAssist e é bem mais básica que o ChatGPT e similares. Ela usa modelos de linguagem da OpenAI e da Anthropic, mas não funciona como chatbot.

O DuckAssist resume informações obtidas da Wikipédia e da Encyclopedia Britannica para dar uma resposta em linguagem natural, como parte de uma seção dos resultados chamada Instant Answer (ou resposta instantânea, em português).

A inteligência artificial está disponível apenas para quem usa o app ou a extensão para navegador do buscador, e só em inglês. A empresa pretende aumentar a lista de fontes de informação da ferramenta.

O DuckDuckGo é um buscador que promete maior proteção à privacidade do usuário, não armazenando informações pessoais.

ChatGPT, Bing Chat e Bard erram muito

Ao usar informações de um número limitado de sites, o DuckDuckGo espera evitar problemas que se tornaram comuns no ChatGPT, no Bing Chat e em outros.

Estes modelos aprenderam a escrever usando uma quantidade muito maior de textos. O problema é que, às vezes, ao tentar responder perguntas dos usuários, eles simplesmente inventam informações. No jargão da inteligência artificial, isso se chama alucinação.

O Bing, por exemplo, já errou o ano em que estamos e insistiu quando um usuário tentou corrigir.

Já o Bard, do Google, disse que a primeira imagem de um exoplaneta foi obtida pelo Telescópio Espacial James Webb, o que não é verdade — o Very Large Telescope havia feito isso quase duas décadas antes.

O Google, inclusive, apressou o anúncio de seu Bard para não ficar atrás da concorrência, mas não deu muito certo. Os funcionários ficaram irritados, e os erros da IA levaram a companhia a perder US$ 100 bilhões de valor de mercado em um dia.

Recentemente, em uma reunião interna, executivos da empresa tentaram remendar a situação.

Jack Krawczyk, líder de produto do Bard, disse que a inteligência artificial não é um buscador, por mais que os usuários tentem usar ferramentas do tipo com este fim. Para ele, esses modelos são ótimos em gerar textos, mas não em checar fatos.

No fim das contas, parece que o cuidado do DuckDuckGo faz sentido.

Com informações: Engadget

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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