Apple abrirá NFC do iPhone para mais países, incluindo o Brasil

A partir do iOS 18.1, serviços externos à Apple poderão usar o NFC do iPhone em países como EUA e Brasil para transações, sem depender do Apple Pay ou Wallet

Emerson Alecrim
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• Atualizado ontem às 12:50
Apple Pay (Imagem: CardMapr/Unsplash)
Apple abrirá NFC do iPhone para mais países, incluindo o Brasil (imagem: CardMapr/Unsplash)

A Apple propôs à Comissão Europeia liberar o acesso ao NFC do iPhone para serviços rivais ao Apple Pay. O acordo foi aceito e passou a valer para a Europa. Mas, em um movimento inesperado, a companhia decidiu fazer a liberação para países de outras regiões. Entre eles estão o Brasil.

O acordo que a Apple ofereceu à União Europeia foi uma surpresa por si só. A proposta serviu para livrar a companhia de uma investigação de práticas anticompetitivas que poderia levar a uma multa de até US$ 40 bilhões na região.

Isso porque a Comissão Europeia havia acusado a Apple de dificultar o acesso à tecnologia NFC de produtos como iPhone e Apple Watch a serviços que concorrem com o Apple Pay. Com a aceitação da proposta de abrir o NFC na União Europeia, o risco de punição deixou de existir.

Mas eis que, nesta semana, a Apple anunciou a abertura do NFC para desenvolvedores de mais países. Isso significa que outros serviços de carteiras digitais, pagamentos e afins também poderão usar a tecnologia em iPhones, sem que as transações tenham que passar pelo Apple Pay ou pelo Apple Wallet (Carteira da Apple), como é hoje.

Para tanto, as organizações interessadas deverão estabelecer um acordo comercial com a Apple para ter acesso às novas APIs de NFC e Secure Element (chip que armazena dados biométricos e de cartão de pagamentos).

Os dois tipos de APIs são necessários para a realização de transações em iPhones. A própria Apple explica:

Usando as novas APIs NFC e SE (Secure Element), desenvolvedores poderão oferecer transações sem contato (contactless) no aplicativo para pagamentos em lojas, chaves de carros, transporte público, crachás de empresas, carteiras de estudante, chaves de casa, chaves de hotel, cartões de fidelidade e recompensas, e ingressos para eventos, com documentos governamentais a serem suportados no futuro.

Cartões de crédito no Apple Pay (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Cartões de crédito no Apple Pay (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Note a parte que diz “acordo comercial com a Apple”. Isso significa que o acesso ao recurso terá um custo. Além disso, as instituições interessadas deverão seguir “certos requisitos regulatórios e da indústria” para ter acesso à novidade, explica a Apple.

Países beneficiados (inclui o Brasil)

De acordo com a Apple, as novas APIs estarão disponíveis a desenvolvedores nos países a seguir, tendo como ponto de partida o iOS 18.1:

  • Austrália
  • Brasil
  • Canadá
  • Estados Unidos
  • Japão
  • Nova Zelândia
  • Reino Unido (que não faz mais parte da União Europeia, vale lembrar)

A Apple afirma que outros países poderão ser incluídos nessa lista em momentos futuros.

Como a liberação acabou de ser anunciada, ainda não sabemos quais serviços brasileiros usufruirão dela. Mas eu não ficaria surpreso se fintechs como Nubank e PicPay anunciassem serviços baseados na novidade.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.