Apple empaca enquanto mercado de celulares cresce no mundo

Duas pesquisas publicadas por companhias diferentes apontam que Apple estagnou nos primeiros trimestres, ainda que mercado de celulares esteja em crescimento

Felipe Freitas
Por
• Atualizado ontem às 12:21
Logotipo da Apple
Vendas da Apple estão paradas nos últimos meses, indicam pesquisas publicadas recentemente (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Enquanto o mercado de celulares cresce globalmente, registrando um aumento de 6% nas vendas no último trimestre, o resultado da Apple estagnou. Essas informações foram publicadas por duas pesquisas de duas empresas diferentes, a IDC e a Counterpoint — especializadas em análise de mercado. Além de empacar nas vendas, a Apple perdeu market share no segmento de celulares.

A IDC aponta que a big tech teve um crescimento de 1,5% durante o segundo trimestre (Q2) de 2024. No Q1, segundo outra pesquisa da IDC, a Apple teve uma queda de 9,6% nas vendas (valores comparados com o mesmo período de 2023). Assim, o resultado do primeiro semestre da empresa não foi bom — pelo menos quando falamos sobre vendas de celulares.

A Samsung, pela pesquisa do IDC, teve uma queda nas vendas no Q2 (0,7%). Porém, a sul-coreana teve um primeiro trimestre positivo. Isso se deve pelo fato de lançar novos modelos da linha Galaxy S e alguns celulares Galaxy A nos primeiros meses do ano.

Galaxy Z Fold 4 tem chip Snapdragon 8 Plus Gen 1; o iPhone 14 Pro tem um Apple A16 Bionic (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Samsung e Apple tiveram um Q2 fraco, mas sul-coreana teve um primeiro trimestre forte que compensou estagnação (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Já a pesquisa da Counterpoint indica que houve uma queda de 1% nas vendas dos iPhones. Em comum com o estudo da IDC, a Counterpoint mostra que houve queda na fatia de mercado da Apple. As duas empresas registraram números parecidos sobre as vendas de celulares no mundo: a IDC aponta crescimento de 6,5% contra 6% da Counterpoint.

Tanto a IDC quanto a Counterpoint citam que a estagnação das vendas da Apple está ligada ao crescimento de marcas chinesas e a chegada das IAs aos celulares. A big tech cresceu na Europa, América Latina e teve um trimestre fraco nos Estados Unidos, mas houve queda na China. A Xiaomi e a Huawei ampliaram suas vendas na China, aproveitando as restrições ao iPhone em repartições públicas e o 18 de junho (conhecido por 618), data em que ocorre um dos maiores dias de promoções no país asiático.

Primeiro semestre ruim, mas alta expectativa para o segundo

Craig Federighi, VP de engenharia de software da Apple, anunciando o Apple Intelligence
Apple Intelligence é a IA generativa dos iPhones; tecnologia será diferencial na disputa das fabricantes (Imagem: Reprodução/Apple)

Se os dois primeiros trimestres foram fracos, a previsão é que a Apple feche o ano com resultados fortes. A IDC aponta que o anúncio do Apple Intelligence pode embalar as vendas dos iPhones. O recurso é a resposta da Apple para o Galaxy AI e Gemini, IAs generativas presente nos celulares da Samsung e Google.

Essa previsão da IDC também é compartilhada pela Apple. Segundo a Bloomberg, a big tech comunicou a fornecedores e parceiros comerciais que espera vender 90 milhões de unidades do iPhone 16 até o fim do ano — 10% a mais do que as vendas do iPhone 15. É especulado que a série iPhone 16 seja lançada no dia 16 de setembro.

Historicamente, o último período do ano é o que traz os melhores números para a Apple. A big tech lança seus novos smartphones, atualiza o sistema operacional (que pode levar usuários com modelos antigo a trocarem seus celulares) e aproveita duas grandes datas: Black Friday e Natal.

Com informações: Bloomberg e 9to5Mac

Relacionados