CEO da Microsoft garante que IA do Bing será justa com criadores de conteúdo
Em entrevista, Satya Nadella mostra que Microsoft está ciente de problemas de tráfego que IA pode causar, CEO afirma que fontes da ferramenta serão valorizadas
Após a apresentação da inteligência artificial para buscas no Bing, Satya Nadella, CEO da Microsoft, mostrou em uma entrevista que está feliz com a novidade e evolução do Bing. Ao mesmo, Nadella tempo que reconhece as dificuldades que a IA trará para criadores de conteúdo
Na última terça-feira (8), a Microsoft anunciou as novas versões do buscador Bing e do navegador Edge. Nessas atualizações, os dois produtos da empresa receberam a tecnologia de inteligência artificial do ChatGPT, desenvolvida pela OpenAI. Em comum com o ChatGPT e outras IAs, o debate sobre plágio e propriedade também surge no “novo Bing”.
CEO da Microsoft promete que Bing será justo com fontes
Em entrevista ao The Verge, o CEO da Microsoft ouviu algumas perguntas que precisam ser feitas sobre o uso legal (no sentido jurídico) e justo do novo formato de chat de buscas. O CEO explica que todas as respostas do chat do Bing terão links para as fontes originais, incentivando o tráfego do usuário para o site responsável pela informação.
O novo Bing não foi liberado para todos os usuários, há uma lista de espera para acessar o recurso. Em um dos testes que a Microsoft permite que os usuários façam, esses links aparecem no próprio texto da resposta. Veja um exemplo:
Nadella também reconheceu o valor que os sites, usados pela IA como fonte de conhecimento, terão na evolução da ferramenta. Ele explica que o novo recurso de busca do Bing foi desenvolvido pensando na monetização dos sites.
Uma preocupação de praticamente todo site, seja um blog de receitas, viagens, veículos de notícia ou site pirata de transmissão de futebol, é que parte da sua receita vem dos anúncios. Ao falar que essas fontes, a origem do conhecimento da IA, serão “pagas” por treinar a IA, Nadella evita uma possível injustiça com os criadores de conteúdos originais.
Afinal, como o próprio CEO destaca, a IA não gera conteúdo original. Ela apenas reproduz o que aprendeu na internet — e as vezes a inteligência artificial pode reproduzir erros com confiança. Isso também pode causar problemas de plágio.
Na entrevista, Nilay Patel, repórter do The Verge, citou o processo da Getty Images contra a Stability IA. O caso é um exemplo de IAs roubando propriedades intelectuais de terceiros para entregar um produto. Para Nadella, é necessário a criação de uma estrutura legal para fiscalizar essas situações de plágio, somado a incentivos financeiros — aqui ele não aprofunda, mas é esperado que seja para os donos dos direitos autorais.
Nadella quer que o Google entre na dança
Um tópico não poderia passar batido: a concorrência com o Google. O CEO da Microsoft fez o papinho mais ou menos quando perguntado sobre o como a novidade pode afetar a disputa saudável. Além de concorrentes, as duas empresas são parceiras em alguns projetos — como a integração entre o ChromeOS e Microsoft 365.
Fazendo a política padrão de boa vizinhança, afirmando que respeita Sundar Pichai, CEO do Google, Nadella reconheceu que o rival é o “gorila de 300 kg” — expressão para dizer que é algo é poderoso. O chefão da Microsoft espera que o novo recurso do Bing traga o “Google para dança”, pois a concorrência é algo positivo. Resta saber se o gorila acertará os passos da valsa.
Com informações: The Verge