Facebook cogitou ajudar outras redes sociais para evitar ação antitruste

Oferta foi recusada pela Comissão Federal de Comércio do Estados Unidos (FTC), que acusa Facebook de práticas anticompetitivas

Ana Marques
• Atualizado há 3 anos e 1 mês
Facebook
Facebook App (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)

Em meio a processos antitruste, o Facebook cogitou ajudar outras redes sociais oferecendo o licenciamento de seu código para evitar disputas judiciais. A informação é de uma reportagem do Washington Post, que revela ainda que a oferta foi recusada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês).

Apesar de não haver detalhes sobre como funcionaria o licenciamento da plataforma, na prática, a proposta poderia ser especialmente interessante para produtos relativamente novos com potencial de expansão, como o TikTok, por exemplo.

A rede social de vídeos curtos ou qualquer outra concorrente que comprasse acesso ao código do Facebook poderia utilizar ferramentas poderosas para desenvolver novos recursos. Mas a FTC rejeitou o acordo sob justificativa de que tal ação não necessariamente representaria ganhos significativos para um cenário competitivo.

Processos miram aquisição do WhatsApp e Instagram

A agência norte-americana prestou queixa contra a empresa no dia 9 de dezembro alegando que o Facebook teria a intenção de “sufocar” seus concorrentes. O processo afirma ainda que a compra do Instagram e do WhatsApp foram parte do plano para “eliminar ameaças” ao seu monopólio.

As autoridades estaduais e federais afirmam que a empresa mantém um padrão de comportamento ilegal que consiste em “comprar, intimidar ou matar seus rivais”, deixando usuários sem alternativas.

O Facebook vem intensificando sua defesa com a contratação de advogados que já trabalharam em processos antitruste para o governo dos EUA e anunciou medidas para ilustrar sua suposta preocupação com a concorrência.

Cenário se assemelha à ação contra Microsoft nos anos 90

A reportagem do Washington Post lembra ainda sobre outra grande campanha que o governo dos Estados Unidos travou contra uma gigante da tecnologia: a Microsoft. Nos anos 90, a empresa foi alvo de diversos processos por em tese agir de forma anticompetitiva para promover o monopólio do Windows e do Internet Explorer.

Apesar de ter escapado das acusações e evitado o desmembramento de suas operações, a empresa se tornou menos agressiva, dando espaço a novas empresas do Vale do Silício, como o próprio Facebook, que agora enfrenta condições semelhantes.

Com informações: The Washington Post e The Verge

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.