Intel Core: falha pode afetar qualquer modelo atual com 65 W ou mais

Falha que causa instabilidade e tela azul pode atingir qualquer chip Core de 13ª/14ª geração que trabalhe com 65 W ou mais, admite Intel

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 dias
Os chips Intel Core de 13ª geração mais avançados têm Turbo Boost (imagem: divulgação/Intel)
Falha em chips Intel Core pode afetar qualquer modelo com 65 W ou mais (imagem: divulgação/Intel)
Resumo
  • Processadores Intel Core de 13ª e 14ª gerações com TDP de 65 W ou mais podem apresentar travamentos, reinicializações ou tela azul.
  • A falha é causada por um erro de tensão devido a um algoritmo de microcódigo incorreto.
  • A correção será lançada em agosto para fabricantes de placas-mãe, que distribuirão via atualização de BIOS.
  • A solução é preventiva; chips já afetados precisam ser substituídos pelo suporte da Intel.
  • A Intel recomenda uso padrão dos chips, sem overclocking, até que a correção seja disponibilizada.

A falha que tem afetado processadores Intel Core de 13ª e 14ª gerações não envolve apenas os modelo mais avançados, a exemplo dos chips Core i9. A Intel reconheceu que qualquer chip dessas gerações que tiver TDP de 65 W ou mais pode deixar de funcionar corretamente por causa do problema.

Os computadores afetados podem travar, reiniciar ou exibir a temível “tela azul da morte” ao executar cargas de trabalho pesadas, a exemplo de jogos exigentes. Os primeiros relatos do problema surgiram no final de 2022 e, desde então, o número de queixas a respeito só cresce.

Na semana passada, a Intel reconheceu que a falha nos chips de 13ª e 14ª gerações é causada por um erro de tensão. “Um algoritmo de microcódigo que resulta em solicitações de tensão incorretas ao processador” é o gatilho do problema, explicou a companhia.

Chips com 65 W ou mais

No início, parecia que o problema afetava somente os processadores mais avançados das mencionadas gerações, como os modelos Core i9 e i7. Mas, ao Verge, a própria Intel admitiu que, de acordo com as suas investigações, chips menos potentes também podem ser afetados:

Os processadores Intel Core de 13ª e 14ª gerações para desktops com potência base de 65 W ou superior, incluindo as variações K/KF/KS e 65 W não K, podem ser afetados pelo problema de tensão elevada.

Thomas Hannaford, porta-voz da Intel

Hannaford reforça que nem todo chip que se enquadra nesses critérios é ou vai ser afetado. Cabe ao usuário observar os sinais. Se o computador não reinicia ou não está instável, provavelmente seu processador passou ileso pela falha.

A Intel vai liberar uma correção de microcódigo para resolver o problema. Contudo, essa solução vai chegar em agosto e será direcionada aos fabricantes de placas-mãe. Caberá a essas empresas distribuir a correção aos seus clientes, o que deve ser feito por meio de atualização de BIOS.

Caixa do Core i9-13900KS (imagem: divulgação/Intel)
Caixa do Core i9-13900KS, de 13ª geração (imagem: divulgação/Intel)

Não há correção para chips afetados

O problema é que a prometida solução é preventiva, ou seja, ela não vai solucionar a falha de processadores já afetados. Para esses casos, a Intel promete substituir os chips de usuários que entrarem em contato com o seu serviço de suporte.

A Intel negou o plano de fazer um recall. Um programa do tipo seria ideal, pois substituiria as unidades que não foram afetadas, mas estão sob risco. Para piorar, a companhia parece não ter planos de tirar do mercado unidades suscetíveis ao problema, mas que ainda estão nas lojas.

A Intel conta com a correção de microcódigo para evitar que o problema atinja um número maior de computadores, portanto.

Como a correção ainda não foi liberada, a empresa recomenda aos usuários que usem o chip na configuração padrão, sem aplicação de ajustes de overclocking, por exemplo.

Essa situação pode estar longe do desfecho. Um possível complicador: sabe-se que o problema afeta processadores Core usados em desktops, workstations e servidores, mas a Intel ainda não explicou o porquê de as unidades para notebooks não serem afetadas; isso significa que não há certeza de que esses modelos não são mesmo suscetíveis à falha.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.