N26 está enfim chegando ao Brasil para brigar com Nubank e outras fintechs
De origem alemã, fintech N26 iniciou testes no Brasil e já tem autorização do Banco Central; estreia está prevista para 2022
Com um modelo de operação que lembra o Nubank, a fintech alemã N26 anunciou, em 2019, planos de atuar em território brasileiro. O problema é que estamos quase no final de 2021 e nada de a estreia acontecer. Mas, não, a empresa não desistiu do país: nesta quinta-feira (4), o N26 anunciou (de novo) que está chegando ao Brasil. O clima é de “agora vai”.
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A fintech ainda não divulgou uma data exata para o início das operações brasileiras, mas deu como prazo o primeiro semestre de 2022. Se isso acontecer, o Brasil será o primeiro país da América Latina a contar com os serviços do N26. Por ora, a plataforma está em fase de teste.
Há uma boa razão para a companhia vir para o país: a enorme base de clientes em potencial. Para você ter ideia, o Nubank fechou o primeiro semestre de 2021 com mais de 41 milhões de clientes brasileiros, enquanto o N26 acumula cerca de 7 milhões de usuários — esse total está distribuído entre os 25 países em que a fintech atua.
Se é assim, por que tanta demora? Um dos fatores foi a pandemia. Outro, presumivelmente, é a complexidade do cenário local: é difícil formatar um plano de negócio em um mercado com regras tão rígidas e com tanta concorrência.
Mas a espera não foi infrutífera: nesse meio tempo, o N26 obteve autorização do Banco Central para operar no Brasil e viu a sua lista de espera chega a 200 mil interessados.
N26 fala em “2ª geração de fintechs”
O mercado brasileiro de serviços financeiros é muito concorrido, razão pela qual o N26 fala em construir a “a segunda geração de fintechs” para destacar os seus serviços no país.
Ao Estadão, Eduardo Prota, CEO do N26 no Brasil, declarou que a primeira geração de fintechs serviu para democratizar o acesso às ferramentas financeiras, mas que empresas para ajudar o cliente brasileiro a cuidar melhor do seu dinheiro estão em falta:
O acesso aos produtos ficou mais fácil, mas o aconselhamento segue difícil. É como se você fosse a uma farmácia e começasse a ter que buscar remédios sem conhecimento.
Eduardo Prota
Está nos planos ser uma dessas empresas. Para isso, o N26 promete oferecer no Brasil, além dos serviços tradicionais — como conta digital, cartão de crédito e empréstimos —, ferramentas que o diferenciam em outros países, como o Spaces, uma conta compartilhada entre várias pessoas.
Isenção de tarifas na maioria dos serviços
Apesar de as operações brasileiras do N26 ainda não terem começado oficialmente, o site da fintech já disponibiliza um contrato de conta e cartão, além de uma tabela de tarifas. O documento informa que abertura e manutenção de conta, pagamento de boleto e anuidade do cartão de crédito serão isentos.
Porém, haverá cobrança de R$ 25 para a segunda via do cartão físico e para avaliação emergencial de crédito. Saques também serão tarifados: R$ 6,50 por operação.
Vale ressaltar que o site ainda tem o formulário da lista de espera. O cadastro pede nome, email, número de telefone e data de nascimento.