Huawei cresce em smartphones e supera US$ 100 bilhões em receita pela primeira vez
Mesmo com as restrições nos Estados Unidos, a Huawei conseguiu faturamento recorde em 2018
Mesmo com as restrições nos Estados Unidos, a Huawei conseguiu faturamento recorde em 2018
Apesar de todos os transtornos com o governo dos Estados Unidos, a Huawei prospera. Os resultados financeiros divulgados recentemente mostram que a companhia teve faturamento recorde em 2018: US$ 105 bilhões, aumento de cerca de 20% em relação a 2017. Já o lucro aumentou 25%, batendo quase US$ 9 bilhões.
Como bem observa o New York Times, esses números colocam a Huawei no mesmo patamar de companhias americanas como Google e Microsoft — ambas também tiveram receita superior a US$ 100 bilhões no ano passado. Por não ter capital aberto, a Huawei nem precisaria divulgar relatórios financeiros auditados, mas o faz, entre outras razões, para jogar luz sobre a rápida evolução de seus negócios.
Parte significativa desses números vem do segmento de celulares, que ajudou a divisão de eletrônicos da Huawei a crescer 45% em 2018. Graças, em parte, à linha Honor e a smartphones como Huawei Mate 20 Pro e Huawei P20 Pro, essa divisão arrecadou o equivalente a US$ 52 bilhões no período.
Já a divisão de tecnologias para telecomunicações teve receita de quase US$ 44 bilhões, queda de 1,3% na comparação com 2017. A Huawei explica, porém, que o desempenho menor dessa divisão foi efeito dos ciclos de investimentos das empresas do setor, que são maiores em certas épocas, menores em outras.
De modo geral, os números nos levam a duas conclusões: que a Huawei virou, definitivamente, uma potência no mercado de smartphones — foram mais de 200 milhões de unidades comercializadas só em 2018 — e que as restrições que a empresa vem sofrendo dos Estados Unidos e outros países não afetou seus negócios gravemente.
É verdade que a companhia ainda é muito dependente do seu mercado de origem: a China respondeu por mais da metade da receita da Huawei em 2018. Mesmo assim, é inegável o avanço da empresa em outros países, especialmente nas regiões da Ásia-Pacífico e Europa.
A despeito disso, os conflitos com os Estados Unidos têm as suas consequências. Por lá, a Huawei sofre acusações de espionagem e teve seus produtos banidos pela administração de Donald Trump. Decisões semelhantes têm sido tomadas por governos de outros países, como a Austrália.
Por enquanto, a situação é bastante positiva para a Huawei. Mas, em um futuro relativamente próximo, essas restrições podem prejudicar o avanço da companhia em um mercado deveras promissor, o de redes 5G. Não é por acaso que a Huawei vem reagindo: além de dizer veementemente que não pratica espionagem, no início do mês, a empresa abriu um processo contra o governo Trump.