G3DP, a impressora 3D do MIT que constrói objetos de vidro
As impressoras 3D lidam muito bem com materiais plásticos e, pelo menos nos modelos mais avançados, metais. Mas você já viu algum equipamento imprimindo copos, garrafas, pratos e outros objetos de vidro? Pois é, essas impressoras são raras, afinal, a necessidade de temperaturas altíssimas para manipular o material torna essa tarefa bastante difícil. Mas o MIT conseguiu encarar a missão.
Produzir vidro é uma arte milenar. É necessário misturar areia (sílica) com calcário, barrilha (carbonato de sódio) e outros materiais. Em seguida, a mistura deve ser fundida em temperaturas que podem passar de 1.500 graus Celsius.
O material resultante — o vidro derretido, por assim dizer — deve ser manipulado para dar forma a um objeto. Nessa fase, um artesão habilidoso pode criar uma jarra, por exemplo, soprando e girando um tubo oco com o vidro na outra ponta.
Um processo incrível, não acha? O G3DP, a impressora desenvolvida pelo MIT, segue um método diferente, mas igualmente fascinante. A pasta é colocada ainda quente na abertura de uma espécie de forno. Dali, o material é canalizado até um bocal na parte inferior da máquina que expele o vidro derretido sobre uma plataforma apropriada para o resfriamento e endurecimento do objeto. Todo o equipamento foi construído para ser resistente a altas temperaturas, é claro.
A forma como o material desce (lembra mel escorrendo) e a iluminação oriunda da fonte de calor causam um efeito quase hipnótico em quem assiste ao processo. Instantes depois, o objeto está pronto, precisando apenas esfriar para ser usado.
É verdade que a impressora não é capaz de construir itens com superfície lisa. Para isso, o processo de modelagem teria que ser totalmente diferente. Por outro lado, o equipamento pode ser usado para produzir copos, vasos, cinzeiros, potes e vários outros objetos de vidro com visual bastante interessante.
Em uma fase mais avançada, a tecnologia do G3DP poderá ser usada para imprimir itens mais sofisticados, como estruturas arquitetônicas. Testes de resistências rigorosos serão necessários para isso, mas o caminho já está sendo trilhado: a impressora já consegue trabalhar com bastante precisão, aspecto fundamental para a construção de objetos resistentes.
Impressão com vidro é difícil, mas isso não impede que outros projetos explorem a ideia. Além do MIT, outro exemplo recente vem da israelense Micron3DP. A startup trabalha em uma impressora 3D que também imprime objetos de vidro, mas menores e coloridos.
Com informações: 3DPrint