A Oi não anda bem: com dívida de R$ 65,4 bilhões, a operadora entrou com o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil em junho de 2016. E o governo já está se preparando para um possível colapso da empresa: a Anatel consultou Vivo, TIM e Claro para criar um plano de contingência caso a situação se agrave ainda mais.

A informação foi revelada por Lauro Jardim, no jornal O Globo. Segundo a coluna, a Anatel enviou um ofício às três grandes operadoras marcando reuniões individuais para definir um plano “com o objetivo de mitigar o risco de interrupção no fornecimento de serviços de telecomunicações de varejo e atacado pelo grupo Oi”.

O governo quer saber qual é o nível de dependência das outras operadoras com a rede da Oi, e o que pode ser feito para evitar transtornos aos clientes em uma possível intervenção. Isso porque a Oi é a maior empresa de telefonia fixa do país, tendo presença em todo o território nacional (exceto no estado de São Paulo, onde a concessionária é a Vivo).

Ao Estadão, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, confirmou que o ofício foi enviado às operadoras, mas que se trata de uma “ação de rotina”. Segundo ele, não há risco dos serviços da Oi serem interrompidos: mesmo se a empresa sofresse uma intervenção, “a rede seria preservada e continuaria ativa”, garantiu.

Pela lei, o governo só pode intervir na telefonia fixa da Oi, já que se trata de um serviço em regime de concessão — telefonia móvel, internet e TV por assinatura são prestados sob autorização. No entanto, o governo já prepara uma medida provisória para fazer uma intervenção completa na Oi, caso seja necessária, que deve ser publicada nos próximos dias.

Uma possível saída para a Oi seria a compra por outra empresa. Mas, segundo o Valor, a americana AT&T foi procurada pelo governo e disse não ter interesse na Oi, já que a operadora é hoje um “ativo tóxico”.

Aguarde os próximos capítulos.

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Escrito por

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.