OpenAI, criadora do ChatGPT e Dall-E, prepara gerador de vídeos

Sam Altman, CEO da empresa, diz que modelo para vídeos está em fase de pesquisas; nova versão do GPT também vem sendo desenvolvida

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 7 meses
Imagem de astronauta em um cavalo gerada pelo Dall-E (imagem: reprodução/OpenAI)
Imagem de astronauta em um cavalo gerada pelo Dall-E (imagem: reprodução/OpenAI)

Imagens e textos gerados por inteligências artificiais foram um dos grandes assuntos de 2022. E essa tecnologia não vai parar por aí. Sam Altman, CEO da OpenAI — organização por trás do Dall-E e do ChatGPT — disse que um modelo para vídeos está sendo desenvolvido.

A informação foi dada por Altman durante uma entrevista com Connie Loizos, editora do site TechCrunch. O executivo, porém, não quis dar uma estimativa de quando a IA geradora de vídeos estará disponível. “Pode ser muito em breve; é um projeto de pesquisa legítimo. [Mas] pode levar algum tempo.”

A OpenAI não está sozinha nessa tecnologia. A Meta já anunciou uma inteligência artificial capaz de gerar vídeos de até cinco segundos a partir de uma descrição. Já o QuickVid usa o próprio Dall-E, gerador de imagens da OpenAI, e outros modelos para facilitar a colagem e criação de vídeos.

Outra novidade a caminho é o GPT-4, nova versão do modelo em que o ChatGPT é baseado. Apesar das expectativas, o CEO diz que ele só será lançado quando houver confiança que a ferramenta é segura e responsável.

Altman informa ainda que a OpenAI não tem ainda uma AGI, ou inteligência artificial geral — como é chamado um modelo hipotético capaz de entender e realizar qualquer atividade intelectual humana.

Microsoft não terá exclusividade

A OpenAI foi fundada em 2015 e é composta por uma empresa e uma fundação sem fins lucrativos. A empresa está avaliada em US$ 29 bilhões, apesar de ter uma receita nominal baixa até o momento. Entre os investidores, estão Elon Musk, a Amazon Web Services (AWS) e a Microsoft.

A Microsoft, aliás, já anunciou que pretende incorporar ferramentas como o ChatGPT em seus produtos. O ChatGPT ganhou notoriedade nos últimos meses por criar textos extensos e a partir de pedidos simples de usuários.

Segundo Altman, o acordo da OpenAI com a Microsoft não é de exclusividade. O executivo diz que sua companhia pode licenciar as tecnologias de inteligência artificial para outras empresas, bem como criar seus próprios produtos e serviços.

Especula-se que ferramentas como o ChatGPT possam, no futuro, ser concorrentes de buscadores, como o Google. Altman não bota tanta fé nesse cenário.

“Quando alguém diz que uma tecnologia vai acabar com outra empresa, geralmente essa pessoa está errada”, declarou. “As pessoas esquecem que [outras empresas] reagem, e elas são muito espertas e competentes.”

ChatGPT pode ganhar marca para ajudar professores

A popularização do ChatGPT tem deixado professores de cabelo em pé. Afinal, agora é perfeitamente possível pedir para um robô fazer a lição de casa. Os textos escritos pela inteligência artificial são bastante realistas, e não é fácil identificá-los como se fazia antigamente com os materiais copiados e colados da internet.

Altman reconhece que o ChatGPT terá impactos na educação e na integridade acadêmica. Ele diz que a OpenAI vai testar tecnologias de marca d’água e outras formas de verificação para ajudar a detectar quando um texto foi criado usando inteligência artificial. Mesmo assim, acredita que uma pessoa “determinada” vai dar um jeitinho de burlar.

O executivo compara a chegada de inteligências artificiais de escrita com as calculadoras, que diminuíram a necessidade de saber fazer cálculos, e com o próprio Google, que tornou menos importante a memorização de informações.

Altman diz que os modelos de escrita usando IA são uma versão mais extrema das tecnologias anteriores.

“Os benefícios serão mais extremos também. Alguns professores estão, compreensivelmente, nervosos sobre o impacto disso na lição de casa”, reconheceu o CEO. “Mas também ouvimos muitos professores dizerem [que a IA] é um tutor pessoal inacreditável para cada criança.”

Com informações: TechCrunch.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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