Polícia de SP inaugura laboratório de reconhecimento facial
A instituição usará banco de dados com 30 milhões de registros coletados durante a emissão do RG
A instituição usará banco de dados com 30 milhões de registros coletados durante a emissão do RG
A Polícia Civil de São Paulo começou a usar seu novo sistema de reconhecimento facial em investigações. A instituição inaugurou na terça-feira (28) o Laboratório de Identificação Biométrica, no Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD).
O departamento usará os cerca de 30 milhões de registros biométricos de posse do governo de São Paulo para identificar suspeitos. O banco de dados é formado pro fotos e impressões digitais coletadas durante a emissão do RG no estado.
Na investigação, a Polícia Civil coletará imagens e impressões digitais em locais de crime e usará essas informações no novo sistema. A pesquisa levará a dez possíveis suspeitos, que terão seus dados analisados por um papiloscopista, especialista em impressões digitais.
“O reconhecimento facial não vai ser utilizado isoladamente como meio de prova”, explicou o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes. “Nós vamos linkar a outros procedimentos da Polícia Civil e formar um conjunto que vai determinar se um sujeito, que é o suspeito, praticou um delito ou não”.
O sistema se junta ao chamado Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais, presente no estado desde 2014. Ambos são desenvolvidos pela holandesa Gemalto, que venceu em agosto de 2019 uma licitação para o reconhecimento facial no valor de R$ 5,1 milhões.
O Laboratório de Identificação Biométrica conta com 102 estações para pesquisa, uma sala de custódia para armazenamento de provas e áreas para tratamento de imagens e revelação de digitais nos objetos apreendidos nas áreas de crime.
De acordo com a Polícia Civil, o novo sistema poderá se comunicar com equivalentes em outros estados por meio de parcerias. Ainda neste semestre, o estado deverá realizar outra licitação para digitalizar de 30 milhões de registros e integrá-los com o banco de dados.
Durante a inauguração do Laboratório de Identificação Biométrica, o governador João Doria (PSDB) informou que o reconhecimento facial será usado durante o Carnaval. A análise será feita a partir de imagens de câmeras comuns que captarem algum crime.
Em 2019, o Rio de Janeiro também usou um sistema de reconhecimento facial durante o Carnaval. As câmeras fornecidas por Oi e Huawei identificaram 8 mil pessoas e levaram a 10 prisões, segundo as empresas e a Polícia Militar.
No estado de São Paulo, além da Polícia Civil, o Metrô também terá câmeras de reconhecimento facial. Elas serão instaladas nas linhas 1 – Azul, 2 – Verde e 3 – Vermelha, além dos pátios de trens, e custarão cerca de R$ 58 milhões.
Nos últimos dias, a polícia de Londres oficializou o reconhecimento facial. O sistema era testado desde 2016 e, agora, será levado para mais regiões. Ao mesmo tempo, a tecnologia foi proibida em algumas cidades dos Estados Unidos. A União Europeia também discute a proibição.
Com informações: G1, Polícia Civil, Governo de São Paulo.