Quer criar mundos feios usando sua voz? Mark Zuckerberg tem uma IA para você

Mark Zuckerberg revela protótipo do Builder Bot, tecnologia que cria cenários em 3D através de comandos de voz para o metaverso

Bruno Gall De Blasi
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Mark Zuckerberg, CEO da Meta, revela protótipo do Builder Bot para criar mundos 3D com comandos de voz (Imagem: Reprodução/YouTube)

O metaverso é uma das principais apostas de Mark Zuckerberg. Não à toa, além de investir US$ 10 bilhões para trabalhar no conceito, a controladora do Facebook, WhatsApp e Instagram até mudou de nome para Meta. Enquanto isso, a companhia está preparando novas tecnologias para criar mundos em 3D. O problema é que a sua nova invenção para construir os cenários com comandos de voz peca em estética.

O protótipo da solução foi apresentado nesta quarta-feira (23) durante o evento Meta AI: Inside the Lab. A ideia se baseia em um conceito simples: construir mundos virtuais através de comandos de voz. Ou seja, basta dizer exatamente o que quer que um sistema de inteligência artificial (IA) vai preparar todo o cenário para você em um estalar de dedos. Genial, não?

Sim, parece filme de ficção científica. Ao assistir à demonstração, me lembrei logo de Vingadores: Ultimato, quando Tony Stark desenvolve uma tecnologia para lá de inovadora direto da sua garagem – sim, sem spoilers. E tudo isso usando apenas hologramas e uma assistente virtual que auxilia a pessoa por trás do Homem de Ferro do começo ao fim.

Como funciona a IA revelada por Mark Zuckerberg?

A ideia central do Builder Bot, o novo protótipo da Meta, não foge tanto da realidade do filme da Marvel. Em um vídeo de demonstração, Mark Zuckerberg apenas dita comandos como “vamos para um parque” para construir o seu mundo virtual. Em seguida, o sistema estrutura um cenário de um parque ao redor do seu personagem, também em 3D. Depois, o executivo diz “na verdade, vamos para a praia”, e o parque vira uma praia.

O usuário pode incluir mais elementos no ambiente. Em outro momento, Zuckerberg diz “vamos adicionar algumas nuvens”, e as nuvens aparecem imediatamente, como mágica. A tecnologia também adiciona ilhas, árvores, mesa, sistema de som, bebidas e mais. Tudo seguindo a mesma lógica: é só falar o que você deseja e, pronto, o mundo 3D aparecerá diante dos seus olhos.

Toda essa engenhosidade é voltada para o metaverso. No blog da companhia, a Meta afirmou que a ferramenta “alimenta a criatividade no metaverso”. De fato, pelo menos do jeito demonstrado, basta dizer o que quiser para criar o cenário ideal conforme a sua imaginação. Mas os gráficos não são nada agradáveis.

Personagens de mundo 3D da dona do Facebook não têm... pernas (Imagem: Reprodução/YouTube)
Personagens de mundo 3D da dona do Facebook não têm… pernas (Imagem: Reprodução/YouTube)

Enquanto isso, nos comentários e redes sociais…

Para começar, o construtor de mundos 3D segue uma realidade do metaverso: os personagens não têm pernas! E aqui eu recomendo uma reportagem escrita por Rachel Metz na CNN Business para entender essa tendência: cnn.com. Além disso, os cenários são bem primitivos, já que o sistema ainda não consegue criar gráficos complexos, muito menos com uma animação fluida.

Os relatos aparecem nas redes sociais. Nos comentários do vídeo no YouTube, há quem brinque: “hey, Builder Bot, podemos ganhar algumas pernas”. Outro usuário da plataforma de streaming relaciona a demonstração à versão 1.0 do simulador Second Life: “como os itens na mesa foram colocados na mesa sem direção? Caramba. Parece terrível. Vocês precisam sair mais vezes.”

Há quem aponte aspectos positivos do protótipo. “Não é tanto sobre os gráficos, por enquanto”, diz um comentário. “Mas é sobre como ele conseguiu falar com a IA e a IA respondeu com ações para fazer coisas no programa/mundo/ambiente”. Ainda assim, outras pessoas apontaram os aspectos negativos da demonstração, conforme mostra uma seleção de publicações feita pelo Mashable.

“Este é apenas o Second Life com gráficos e funcionalidades ligeiramente atualizados”, disse o escritor Thomas Baekdal nesta quarta-feira (23) pelo Twitter. “E por que eu deveria trocar nosso mundo pelo metaverso?”, comentou outro usuário no mesmo dia.

Mark Zuckerberg no anúncio da Meta (imagem: Reprodução/Facebook)
Mark Zuckerberg no anúncio da Meta (imagem: Reprodução/Facebook)

Meta investiu bilhões para criar o metaverso

O metaverso se concentra entre as prioridades da Meta. Não à toa, a companhia investiu US$ 10 bilhões para trabalhar no ambiente digital quando ainda se chamava Facebook. O nome da empresa que controla a rede social, o WhatsApp e o Instagram também foi alterado para Meta em outubro, justamente para focar no seu novo objetivo.

Os resultados, porém, ainda não são propriamente positivos. No começo de fevereiro, a companhia informou que teve uma queda de cerca de 8% na receita anual em 2021 e um prejuízo de US$ 10 bilhões na divisão de realidade virtual. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, também informou que o Facebook está perdendo usuários para competidores.

Ainda assim, a companhia pretende manter o metaverso como prioridade em 2022. Zuckerberg também informou que houve um investimento pesado em produtos de realidade aumentada e virtual para alcançar a nova meta da controladora do Facebook. “2022 será a primeira página de um novo capítulo para a companhia”, disse o executivo durante a divulgação dos resultados financeiros.

Com informações: TechCrunch

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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