Xiaomi prepara montagem de celulares na Argentina, mas Brasil ainda é dúvida

Fábrica da Xiaomi na Argentina deve fazer preço de Redmi Note 10 5G cair; instalação no Brasil é estudada desde fevereiro de 2020, mas não saiu do papel

Pedro Knoth

A Xiaomi desembarcou na América Latina e irá produzir celulares na Argentina. A fábrica da chinesa será em Tierra del Fuego (Terra do Fogo), localizada no extremo sul argentino. Com a produção, a fabricante quer tornar modelos topo de linha ou intermediário-premium, como o Redmi Note 10 5G, mais baratos e acessíveis ao mercado, mas não revelou se há planos para abrir uma instalação no Brasil.

Loja Xiaomi (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Loja Xiaomi no Brasil (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

A fábrica da Xiaomi na Argentina é dada como um “fato” por um membro da comitiva de Alberto Fernández, presidente do país. O político está em viagem pela China. A fabricante irá confirmar a abertura de uma linha de produção nos próximos dois meses.

A responsável pela fábrica é a Etercor, que também lida com a produção de aparelhos da HMD Global, licenciados oficialmente pela Nokia.

Juan Pablo Baiardi gerente geral da Etercor, disse que consumidores argentinos procuram alternativas no ramo de celulares, e a Xiaomi “é capaz de dar isso a eles”. O porta-voz complementa: “a marca entende que há um potencial realista para crescimento e desenvolvimento na Argentina.”

A empresa argentina irá empregar 400 funcionários no total, que serão encarregados de operar a linha de produção e o atendimento pós-venda em nome da marca chinesa — a Etercor também assumiu essa mesma função no país representando Bose, Nokia e Apple.

Preço do Redmi Note 10 5G deve cair na Argentina

Ao se estabelecer na Argentina, a Xiaomi quer baratear o preço de seus celulares no mercado nacional, reduzindo o preço de alguns modelos para baixo de 80 mil pesos argentinos (ARS). Poucas semanas após o lançamento na China, 100 mil unidades do Redmi Note 10 5G chegaram ao país vizinho. Posteriormente, o celular desembarcou no Brasil em junho de 2021.

Além de suporte ao 5G, o smartphone tem armazenamento de 128 GB; tela de 6,5 polegadas com resolução Full HD+, taxa de atualização de 90 Hz; câmera traseira tripla, sendo a principal de 48 megapixels; e bateria de 5.000 mAh.

De acordo com a Etercor, as duas variantes do Redmi Note 10 5G lançadas na Argentina na metade do ano passado, o Redmi Note 10S e o Redmi Note 10 Pro, fizeram tanto sucesso no país que vendas “superaram expectativas”.

Após 2 anos, fábrica da Xiaomi no Brasil é incerteza

No Brasil, a Xiaomi não prosseguiu com planos para inaugurar uma fábrica em solo nacional. A empresa DL Eletrônicos, representante da marca por aqui, estava conduzindo um estudo em fevereiro de 2020 — antes da pandemia — para descobrir se era viável produzir os celulares da chinesa no país.

O estudo deveria ter sido concluído em maio do mesmo ano. Na época, um executivo comentou em entrevista ao Mobile Time que o consumidor brasileiro “queria fugir do custo”.

A expansão da Xiaomi na América Latina acompanha o aumento de 13,4% em encomendas de celulares ao continente, segundo dados da Counterpoint Research para o mercado mobile em 2021. A exportação de aparelhos da fabricante chinesa cresceu 71% em comparação com 2020. Ela agora ocupa o 3º lugar no ranking de distribuição, atrás de Motorola (2º) e Samsung (1º).

A Counterpoint estima que, assim que a fábrica da Xiaomi na Argentina entrar em operação, o ticket médio de celulares da marca deve diminuir, aumentando a participação de mercado da companhia na América Latina. A consultoria menciona que a inauguração de uma instalação no Brasil também pode alavancar as vendas da companhia no continente.

Com informações: Pagina12

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.