Review iPhone 12 Mini: pequeno por fora, grande por dentro
Com chip Apple A14 Bionic e tela de 5,4", iPhone 12 Mini é perfeito para quem busca um celular compacto, mas poderoso
Com chip Apple A14 Bionic e tela de 5,4", iPhone 12 Mini é perfeito para quem busca um celular compacto, mas poderoso
O iPhone 12 Mini é o pequeno grande lançamento da Apple em 2020. O aparelho é compacto, de fato, mas isso não faz dele um iPhone modesto nos recursos. Prova disso é que o poderoso chip A14 Bionic marca presença aqui e a sua tela, de 5,4 polegadas, tem painel Super Retina XDR.
Na prática, o modelo é fiel à proposta de ser um iPhone 12 que cabe mais facilmente na palma da mão ou no bolso. Bolso no sentido literal: no Brasil, os preços oficiais do iPhone 12 Mini vão de R$ 6.999 a R$ 8.499.
Vale a pena desembolsar tanto dinheiro por um smartphone diminuto? O A14 Bionic é tudo isso mesmo? Será que a bateria menor — efeito das dimensões reduzidas — aguenta um dia inteiro de uso? Como é usar uma tela de 5,4 polegadas no iOS? Testei o iPhone 12 Mini na última semana e conto tudo sobre ele a partir de agora.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem a sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto.
Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O iPhone 12 Mini foi fornecido pela Apple por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros antes de ser devolvido à empresa.
Se em um passado não muito distante smartphones grandes eram raros, hoje eles dominam as prateleiras. O problema é que os adeptos de celulares pequenos ficaram “órfãos”: essa categoria até existe, mas é limitada a modelos básicos, com raras exceções.
O iPhone 12 Mini quebra essa hegemonia. O modelo conta com quase todos os recursos do iPhone 12 “normal”, mas ocupa menos espaço físico. Se você acha que, por conta disso, é fácil usá-lo apenas com uma mão ou guardá-lo no bolso da calça, acertou.
Não é só por causa das dimensões. O peso também influencia. O modelo tem apenas 135 gramas. Ele é tão leve que, nas primeiras horas de uso, parece que você está segurando um celular de brinquedo.
Essa sensação vai embora assim que observamos o acabamento. Começa pelas laterais, novamente retas, tanto que você pode deixar o iPhone 12 Mini em pé. Toda a moldura é constituída de alumínio. O material tem uma superfície fosca que acompanha a cor do aparelho e é agradável ao toque.
A configuração dos botões físicos não mudou nesta geração: botão de liga / desliga na lateral direita; controles de volume e botão para o modo silencioso à esquerda, com a gaveta para o SIM card aparecendo logo abaixo. Como o dispositivo é compacto, você pode alcançar esses botões muito facilmente, mesmo se tiver mãos pequenas.
Na parte inferior, a sequência de quatro furinhos ao lado da porta Lightning abriga um alto-falante que faz par com a saída de áudio existente no notch. Juntas, elas proporcionam som estéreo, claro e com ótimo volume, embora o áudio possa ficar um pouco estridente no nível máximo.
Apesar de o iPhone 12 Mini corresponder, na prática, a um iPhone 12 menor, a redução de medidas não é proporcional em todos os aspectos. Repare, por exemplo, que o módulo de câmeras na traseira têm o mesmo tamanho nos dois modelos. Isso também acontece com o notch.
Mas, voltando à traseira, note que, por ali, a Apple manteve a tradição de aplicar uma camada de vidro. A companhia sinaliza que o componente é bastante resistente, porém. Falando nisso, convém destacar que o aparelho também conta com certificação IP68 (proporciona resistência à água em profundidade máxima de 6 metros por até 30 minutos).
O iPhone SE (2020) é maior que o iPhone 12 Mini, mas tem tela de 4,7 polegadas. O modelo mais recente consegue ter tela maior devido ao bom aproveitamento do espaço frontal.
São 5,4 polegadas complementadas com uma resolução de 2340×1080 pixels. Curiosamente, essa combinação faz o modelo ter a maior densidade de pixels de toda a linha iPhone 12: são 476 ppi por aqui. Mas o que importa mesmo é a experiência de uso, certo?
Pois bem. A única possível desvantagem da tela da versão Mini é que, em alguns aplicativos, o conteúdo pode ficar “espremido”. Isso aconteceu com dois apps de filmagem que eu uso muito: ProMovie e Teleprompter. Mas, veja, esse tipo de problema não é frequente e, em geral, pouco prejudica o uso da ferramenta.
Tirando esse detalhe, o painel Super Retina XDR (OLED) faz a tela exibir um nível de brilho alto o suficiente para você enxergar o conteúdo exibido ali até com incidência direta de luz solar.
Obviamente, assistir a vídeos ou jogar no iPhone 12 Mini não proporciona a mesma experiência de fazer isso em uma tela grande. Apesar disso, consumir conteúdo visual no modelo está longe de ser uma tarefa maçante. O nível de detalhamento, a vivacidade das cores e o suporte a HDR, por exemplo, compensam a estranheza que o display diminuto pode causar.
Só faltou a tela ter frequência de 90 Hz (ou mais), mas, pensando bem, a Apple fez bem em manter os 60 Hz aqui. Uma taxa superior certamente afetaria a bateria.
Menção honrosa para a proteção Ceramic Shield. Não tirei a prova, mas a Apple garante que esse reforço faz a tela do iPhone ser até quatro vezes mais resistente a quedas em relação à geração anterior da linha.
A unidade testada pelo Tecnoblog roda o iOS 14.2.1, versão liberada logo após o aparelho ter sido configurado pela primeira vez. Não que alguém estivesse esperando o contrário, mas o sistema operacional lida muito bem com as dimensões reduzidas da tela.
Repare que, como já dito, o notch não diminuiu de tamanho no iPhone 12 Mini na comparação com os irmãos do modelo. Mesmo assim, o relógio e os ícones são exibidos corretamente no pouco espaço que sobra nas laterais do entalhe.
Quanto aos recursos funcionais, o Face ID, por exemplo, está bastando rápido e me pareceu mais preciso em relação ao iPhone XR que eu usei como referência, embora esse não seja só um avanço de software: o hardware também pesa nisso.
No mais, encontramos aqui todos os recursos anunciados para o iOS 14, como suporte a widgets, o Picture in Picture (PiP) e o aplicativo Apple Translate.
Um detalhe que é válido deixar claro: não é porque a tela do iPhone 12 Mini é pequena que o tamanho da fonte de texto foi reduzido. Aqui, o iOS mantém o mesmo tamanho de fonte que é encontrado nos demais iPhones. Você pode configurar esse parâmetro nas configurações de tela, de todo modo.
Você pode configurar diversos parâmetros no aplicativo de câmera, mas, se deixar tudo no automático, provavelmente não se decepcionará: o iPhone 12 Mini é muito preciso no trabalho de detectar as condições da cena e aplicar o ajuste correspondente.
Isso vale para todas as câmeras. A traseira tem câmera principal de 12 megapixels e abertura f/1,6 acompanhada de outro sensor de 12 megapixels, mas com abertura f/2,4 e lente ultrawide de 120 graus.
A abertura da câmera principal avançou um pouco em relação ao iPhone 11 (f/1,8). Essa melhora pode parecer discreta, mas ajuda a câmera a fazer registros mais interessantes em cenas com luz reduzida, por exemplo.
Esse fator, auxiliado a recursos como Deep Fusion e Smart HDR, fazem o iPhone 12 Mini registrar fotos com ruídos quase inexistentes, excelente nível de nitidez, alcance dinâmico caprichado e cores vívidas, mesmo em cenas noturnas — é incrível como, nesta geração, o modo noite consegue exibir detalhes sem desequilibrar a exposição.
A única coisa que me incomodou é que, em fotos durante o dia, pontos escuros podem ficar com mais saturação do que o esperado. Quando isso acontecer, a dica é ajustar a exposição na lista de opções que aparece à direita do app de câmera.
Tudo isso vale para as duas câmeras. A diferença é que a ultrawide tende a gerar imagens com um tom ligeiramente mais frio sob determinadas circunstâncias. Ah, de acordo com a Apple, o iPhone 12 Mini corrige automaticamente as distorções que são comuns com esse tipo de lente.
Se você curte tirar selfies, saiba que a câmera frontal, com 12 megapixels e abertura f/2,2, é tão impressionante quanto. Quando as condições de iluminação ajudam, as fotos ficam com os detalhes preservados, cores realistas e quase nada de ruído.
Quando falta iluminação, o app te orienta a segurar firme o iPhone até informação suficiente ser capturada pela câmera e o pós-processamento limpar todo o ruído, novamente, sem afetar a nitidez.
Já o modo retrato pode ter um ou outro defeitinho no desfoque da pessoa, mas faz registros caprichados na grande maioria das vezes.
A maior prova de que o iPhone 12 Mini não é um smartphone “Lite” ou algo do tipo está no processador: o modelo traz o mesmo chip Apple A14 Bionic que equipa os demais iPhones 12. Completam o hardware básico 4 GB de RAM e até 256 GB de armazenamento.
Estamos falando de um processador de 5 nanômetros e poder de fogo para 11 trilhões de operações por segundo. Não é à toa que tudo roda bonito aqui. Travamentos, comandos que demoram a responder, lentidão na abertura de aplicativos? Nada disso aconteceu.
Se você gosta de jogos pesados, vá em frente. Com títulos como Asphalt 9: Legends e Real Racing 3, não notei queda na taxa de frames nenhuma vez.
Mas agora vem o que aparenta ser o ponto negativo do iPhone 12 Mini: a bateria. Com 2.227 mAh, o componente pode te deixar na mão se você não tomar cuidado. Pudera: para fazer deste um celular pequeno, a Apple teve que sacrificar alguma coisa.
Para testar a bateria, rodei um vídeo de 2h30min na Netflix com brilho máximo na tela, joguei Asphalt 9: Legends e Real Racing 3 por 20 minutos cada, usei Spotify via alto-falantes por uma hora, acessei Safari e redes sociais por 1h30min e fiz uma chamada de 10 minutos.
Como sempre faço, comecei os testes pela manhã com carga em 100%. Por volta das 22:00, o Mini registrava pouco menos de 30% de carga. Isso sugere que é possível manter o aparelho o dia inteiro longe da tomada, desde que você siga a máxima “aprecie com moderação”.
Ah, você já sabe, mas só para constar: assim como os seus irmãos, o iPhone 12 Mini não traz carregador na embalagem.
Outro detalhe: toda a linha iPhone 12 traz 5G, inclusive o Mini. Só não deu pra avaliar esse recurso porque, no Brasil, redes do tipo ainda estão em fase embrionária.
No Brasil, o iPhone 12 Mini foi lançado com preço inicial de R$ 6.999. É um valor tão alto que a escolha tem que ser cuidadosa. Por isso, digo desde já: esse modelo só deve ser comprado por quem realmente simpatiza com um smartphone com dimensões menores do que a média atual.
Se é o seu caso, o Mini deve te atender muito bem. Ele tem uma das melhores telas do mercado, o acabamento é robusto, as câmeras geram fotos caprichadas e o desempenho geral é tão bom que faz o A14 Bionic parecer um chip à frente do seu tempo.
É verdade que nem tudo é perfeito. O efeito colateral de um celular diminuto é a bateria com capacidade menor. Não chega a ser uma limitação alarmante. A maioria dos usuários conseguirá manter o iPhone 12 Mini longe da tomada o dia inteiro sem se preocupar. No entanto, se você é heavy user, deve considerar a possibilidade de adquirir um modelo maior ou uma capinha com bateria, por exemplo.
Além disso, se você pensa em comprar o Mini só para ter um iPhone de nova geração “menos caro”, cuidado. Para quem está acostumado a telas grandes, esse modelo pode causar estranheza. O iPhone 12 Mini foi projetado para quem anseia por um smartphone pequeno e potente, não necessariamente para quem quer economizar.
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