Review Notebook Dell G5 5590: um passo antes de reflexos em tempo real

O Dell G5 5590 traz placa gráfica atualizada, um passo antes de entrar no mundo das RTX e aumenta bastante a saída de ar quente, o que é sempre bom

André Fogaça
• Atualizado há 6 meses
dell g5 5590 abre

O Dell G5 5590 é a versão atualizada do modelo lançado na geração passada e que traz como principal novidade a GPU Nvidia GTX 1660 Ti, além de melhorias generosas no sistema de resfriamento.

Mesmo com uma placa que é mais de entrada, o notebook conseguiu resultados importantes quando considerada apenas a resolução nativa da tela que acompanha o produto. Ah, claro, como tudo gamer ele tem teclado que pode parecer uma árvore de natal, mas que dá pra desligar e foi assim que utilizei este portátil durante as semanas de teste.

Me acompanha nos próximos parágrafos que eu te conto se a atualização é importante, se vale realmente a pena colocar tantos milhares de reais neste notebook gamer e que se disfarça na multidão. Ah, uma cosia, é apenas no vídeo que eu mostro desempenho dos games rodando no próprio notebook, ok?

Análise do Dell G5 5590 em vídeo

Acabamento gamer disfarçado

Se você chegou ao Dell G5, ou qualquer outro notebook gamer da Dell procurando aquele visual colorido e chamativo, por ser feito para o público que joga, pode não curtir este modelo aqui. No lugar de luzes piscando pra todo lado e cores gritantes, o G5 é mais sóbrio e isso vem desde a geração anterior.

A cor preta que recebemos deixa os contrastes ainda menores, já que até o logo da empresa na tampa fica em azul escuro, escondido no entorno também escuro. A única coisa que pisca é o teclado e no Windows já vem um programa da própria Dell para controlar essas luzes. Dá para deixar no modo arco-íris ou então em algo sóbrio, apenas uma luz pra iluminar as teclas e utilizar de noite. A parte bacana é que, diferente da geração anterior, é possível escolher a cor que iluminará o teclado neste cenário.

dell g5 5590 costas

Isso faz do G5 um notebook que pode ser tanto para quem quer o jogo mais recente rodando em alta taxa de quadros por segundo, como quem quer um notebook mais potente para tarefas mais pesadas, como edição de fotos e vídeos.

dell g5 5590 sd e usb

Uma mudança muito importante nesta geração está na localização das portas e conexões. Ainda são três portas USB-A 3.1, uma USB-C 3.1, conector para fone de ouvido, leitor de cartões SD, outra para cabo de força, uma HDMI, cabo de rede e trava kesington, mas aqui foi adicionada uma Mini DisplayPort e boa parte delas estão na parte traseira do computador. O que ajuda bastante na hora de jogar e não esbarrar em cabos.

dell g5 5590 usb c e usb a

Se você faz como eu e colocou o notebook em um monitor externo, com mouse e teclado sem fios, todos os cabos ficam pra trás, com as laterais completamente livres. Por perder conexões laterais, a Dell conseguiu espaço pra aumentar a saída de vento quente de dentro do portátil. Agora, além de saírem para trás, a exaustão de calor vai para as duas laterais, mais pro fundo mesmo e longe da mão do jogador com mouse.

traseira

Por fim, se você joga no teclado do próprio notebook, notará que ele esquenta menos do que o esperado. A Dell colocou este componente mais para baixo, aumentando a área da base e que é onde ficam todas as placas internas. Assim fica mais espaço entre o fim do teclado no topo e o fim do corpo do notebook, é exatamente neste maior espaço que o calor fica concentrado – mais distante dos dedos.

Neste ponto de calor me incomodou um pequeno detalhe: aparentemente o controle de ventoinhas não é tão preciso assim. Isso fez com que, em inúmeras vezes, com o chrome com três abas e o app do pocket casts abertos, a ventoinha ficasse ligando e desligando em intervalos curtos de tempo.

saidas de ar

No lugar de ligar em uma potência baixa, bem menos barulhenta e ficar lá esfriando os componentes, o G5 ficava ligando elas em volume alto, para desligar segundos depois e voltar a fazer isso em um ou dois minutos. No gerenciador de tarefas o processador estava calmo, a GPU também, o que corrobora para um descontrole interno dos fans.

Tela não tem nada de especial

Ela é um display Full HD de 15,6 polegadas com 300 nits e 60 hz, longe dos 144 Hz que estão no modelo mais caro, com a RTX 2060. Faz sentido, já que a GTX 1660 Ti não tem o mesmo poder de fogo e jogos recentes até podem rodar em 144 fps, mas com gráficos reduzidos neste modelo.

Fechando o quesito de imersão, o som não é bom. Ok, é um alto-falante de notebook e o pouco espaço faz o som nem sempre soar ótimo, mas por aqui existe a completa falta de graves e um exagero nos médios. Como a ventoinha é sempre barulhenta, nenhum jogador vai jogar sem fones de ouvido, mas para ver vídeos ou coisas mais simples faz falta um som com maior qualidade.

Jogos e o bom (quase ótimo) desempenho

Antes de mais nada, as especificações do modelo que recebemos incluem um processador Intel Core i7 9750H de nona geração, 16 GB de RAM DDR4 de 2666 MHz em dois módulos de 8 GB, SSD de 128 GB em NVMe e um HD de 1 TB, que é um gargalo no desempenho.

Uma atualização no site da Dell foi feita recentemente e este modelo agora trocou o SSD por outro de 512 GB, o que faz toda diferença no mundo, principalmente pra deixar alguns games mais jogados no armazenamento muito mais veloz. Em raras ocasiões eu vi, por conta do HD ser sempre mais lento, texturas demorando para carregar na tela. Ok? Ok, vamos aos resultados que foram testados em Full HD, que é a resolução nativa do notebook e a taxa de renderização em 100%, nunca acima ou abaixo disso.

dell g5 5590 games

Começando com um game que demanda menos do hardware, escolhi o querido Overwatch da Blizzard. Todas as configurações gráficas estavam ajustadas em Épico, que é o máximo possível do game e que resultou em uma jogatina muito confortável com algo entre 110 e 130 fps, com momentos de briga que ficavam acima dos 130, mas nunca abaixo de 90 quadros por segundo.

Pulando para Warzone, game battle royale gratuito da série Call of Duty e que utiliza tudo do mais recente Modern Warfare, os resultados com todas as configurações no máximo foram de média de 80 fps, com mínimas batendo entre 65 e 70 e máximas chegando em 100 quadros por segundo em alguns momentos.

Battlefield 5, que foi lançado junto das placas RTX, marcou entre 70 e 90 fps com tudo no ultra. Deu até para ver mais quadros por segundo em mapas mais abertos, como o da montanha e o mínimo de quadros aconteceu em mapas de cidades, com mais partículas na cena.

The Witcher 3, véio de guerra e que ainda é um desafio para alguns hardwares, ficou em 60 fps com tudo no ultra. Shadow of the Tomb Raider marcou 60 fps também com tudo no ultra.

Ghost Recon Breakpoint deu mais trabalho, fechando em 40 ou 50 fps com gráficos no ultra, com cinco ou 10 fps extras quando eu baixei as configurações para um passo antes do máximo possível e que faz pouca diferença visual.

GTA 5, outro véio de guerra, ficou entre 40 e 60 fps com tudo no máximo, enquanto que Far Cry 5, mais recente e também com tudo no máximo, junto de texturas em HD, firmou média de 70 fps, com mínimas na casa dos 50 quadros por segundo e máximas em 90 e tantos.

Quem pegou pesado foi Assassin’s Creed Odyssey, que é pesado mesmo. Com tudo no altíssima, que é o máximo dos gráficos, o game ficou rodando em médias de 40 fps, com mínimas na casa dos 20 e máximas em 90 quadros. Baixando para configuração chamada de muito alta, a jogatina ganha 10 fps extras, ficando próximo de 60 fps em muitos momentos.

Fechando os testes, The Division 2 também com tudo no máximo oscilou entre 40 e 50 fps, com picos de 60 quadros em alguns poucos momentos.

Vale lembrar que todos os jogos precisam do conector de tomada plugado no notebook. Ele tem uma bateria, mas com Chrome aberto e alguns apps rodando no fundo, o Dell G5 5590 não entrega mais do que três horas de uso. Se for jogar um game mais simples até dá e a autonomia fica entre uma e duas horas. Se você quer um game pesado, todo o hardware só é ligado no máximo possível com o computador na tomada, com o conector de 180 watts, que é cenário de praticamente qualquer notebook gamer.

Vale a pena?

fecha

O Dell G5 5590 é uma atualização bacana para o modelo anterior, aumentando a saída de ar quente ao mesmo passo que traz uma GPU mais potente, que gera mais calor. Me incomodou ter apenas 128 GB de SSD, mas como a própria Dell fez um upgrade para 512 GB de espaço interno em seu site, dá para revogar este ponto ou trazer para outro: sim, é SSD, mas a atualização fez o HD de 1 TB sumir do pacote de série.

Quem joga sabe que existem games com 80 ou 100 GB de espaço e ter 512 GB faz com que poucos jogos fiquem instalados, em um espaço que também é ocupado por todos os outros programas, por todos os arquivos, músicas, fotos e pelo sistema. É a forma mais veloz de ter memória interna, mas ter um HD extra de 1 TB ou mais seria interessante para os gamers, para justamente servir para deixar aquele título mais leve pra lá e manter um battle royale ou game de mundo aberto no SSD.

Parece bom, mas olhando para concorrência eu encontro o Odyssey 2 da Samsung que tem basicamente tudo que está no Dell G5 5590, só que custando menos, com mais slots de expansão para SSD extras e a cereja do bolo: uma GeForce RTX 2060. Adicionar um SSD extra nem é tão vantajoso assim, mas ter uma placa gráfica RTX significa que o notebook vai durar mais tempo, rodando os games com mais fps, além de poder brincar com reflexos que apenas placas RTX entregam de forma nativa e sem gambiarra.

Outro concorrente que também custa menos é o Lenovo Legion Y540, que também vem com RTX 2060, mas fica só com 128 GB de SSD e trabalha mais ou menos na mesma faixa de preço do Odyssey 2.

Por isso, não por demérito, o Dell G5 com GTX 1660 Ti só vale a pena se for mais barato do que o Odyssey 2 com RTX 2060, já que o notebook da Samsung também oferece um modelo com GTX 1650 e que nem entra neste comparativo por ser mais simples.

Especificações técnicas

  • Processador: Intel Core i7-9750H com seis núcleos e 2,6 GHz;
  • Memória RAM: 16 GB de DDR4 de 2.666 MHz (8 GB em cada slot, expansível até 32 GB);
  • Armazenamento: SSD M.2 NVMe de 128 GB + HDD 5.400 rpm de 1 TB;
  • Chip gráfico: Nvidia GeForce GTX 1660 Ti com 6 GB de GDDR6;
  • Tela: LCD de 15,6 polegadas com 1920×1080 pixels, 60 hz e antirreflexo;
  • Conectividade: Wi-Fi 802.11ac, Bluetooth 4.1, 1 HDMI 2.0, 3 USB 3.1 padrão A, 1 USB 3.1 padrão C, 1 MiniDisplay Port, 1 porta Ethernet, fones de ouvido + microfone, leitor de cartão SD;
  • Bateria: quatro células, 60 Wh;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home (64 bits);
  • Webcam: 720p (1.280 x 720;
  • Teclado: Padrão inglês internacional retroiluminado RGB, com teclado numérico;
  • Dimensões (A x L x P): 2,37 x 36,4 x 27,3 cm;
  • Peso: 2,84 kg.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.