Esqueça dos tradicionais HDs e das unidades SSD. No futuro, existe uma boa chance de você substituir as atuais tecnologias de armazenamento com discos magnéticos ou unidades de memória flash para guardar seus dados, como músicas, filmes e documentos, por “discos” feitos a partir de seu próprio DNA.
Pelo menos é o que prometem George Church e Sri Kosuri, dois pesquisadores da Universidade Harvard, que demonstraram uma maneira de guardar até 700 TB (ou aproximadamente 700 mil gigabytes, se preferir) em apenas 1 grama de DNA.
Em sua técnica, os estudiosos criaram uma maneira de converter os dados digitais para a linguagem biológica, em que os números binários passam a ter correspondentes entre os pares das sequencias de DNA. Dessa maneira, o número 1 passa a ser identificado pelas sequências A e C, enquanto os 0 por T e G.
Como uma única célula de DNA pode armazenar até 220 milhôes de pares, seu potencial de armazenamento é gigantesco para os padrôes atuais. “A densidade teórica de armazenamento do DNA é tão alta que apenas 4 gramas dele poderiam armazenar 1,8 zettabytes, o total de dados que existiam no mundo em 2009”, explica Kosuri.
Todavia, converter informações digitais em uma linguagem biológica não é exatamente simples ou rápido. De acordo com os pesquisadores, converter um simples arquivo de texto de 675 KB é um processo que pode levar “alguns dias”, e ler esses dados não é menos complicado.
De qualquer maneira, isso não impede que a técnica possa ser amplamente usada no futuro. Como aponta o site Dvice, em 2001 mapear uma sequência de alguns milhões de pares de DNA custava salgados US$ 10 mil, enquanto hoje o mesmo serviço sai por módicos US$ 0,10.
Além disso, a técnica pode resolver um antigo problema do armazenamento de dados, que hoje estâo sujeitos a desaparecer em pouco tempo graças a rápida degradação. “Você pode deixar esses dados no deserto e eles estarão lá 400 mil anos depois”, aponta um dos criadores da técnica.