Oi quer vender divisão de telefonia celular por R$ 15 bilhões ou mais
Além de divisão móvel, Oi quer vender torres e data center, e busca sócios para empresa que administrará rede de fibra óptica
Além de divisão móvel, Oi quer vender torres e data center, e busca sócios para empresa que administrará rede de fibra óptica
A Oi publicou um fato relevante nesta segunda-feira (15) que detalha os planos para se desfazer de seus ativos, a fim de captar dinheiro e executar o plano estratégico. A operadora espera vender a divisão de telefonia móvel por pelo menos R$ 15 bilhões; esse negócio colocaria um fim ao longo plano de recuperação judicial.
A proposta da Oi envolve formar quatro unidades produtivas isoladas (UPIs) e assim segregar os negócios. Serão criadas estas divisões:
Unidade | Negócio | Valor de venda |
UPI Ativos Móveis (Oi Móvel) |
Operação em telefonia e dados no mercado de comunicação móvel | Preço mínimo de R$ 15 bilhões para 100% das ações |
UPI Torres | 657 torres móveis 225 sites indoors de infestrutura em shoppings, hotéis e outros |
Preço mínimo de R$ 1 bilhão para 100% das ações |
UPI Data Center | 5 data centers | Preço mínimo de R$ 325 milhões |
UPI InfraCo | Operação de redes de telecomunicações com FTTH Contratos de atacado |
Venda de 25% a 51% do capital econômico, com primária de R$ 5 bilhões e secundária mínima de R$ 6,5 bilhões, com garantia de dividendos para a Oi |
A maior e mais importante venda se concentra na unidade móvel da operadora. A Oi expõe o critério de venda pelo maior valor, salvo se a segunda melhor proposta tenha risco de execução menor, mediante diferença no preço de até 5%.
A intenção de buscar um sócio para a InfraCo também é uma novidade importante: é como se a Oi buscasse sócios para expandir fibra óptica pelo Brasil, com a criação de uma rede neutra. Isso é interessante para maximizar a taxa de ocupação da rede, mas a operadora perderia exclusividade para usar a infraestrutura.
A Oi espera que o cronograma de leilão da UPI de ativos móveis ocorra até o final de 2020, com conclusão de venda até o término de 2021. As unidades de torres e data center têm leilões previstos para outubro de 2020 com conclusão até o final do ano, enquanto o leilão da InfraCo deve ocorrer no 1° trimestre de 2021 com conclusão do negócio no 3° trimestre.
O fato relevante divulgado hoje explica que a venda da Oi Móvel levaria ao fim da recuperação judicial, processo que vem se estendendo desde 2016.
“A recuperação judicial será encerrada mediante a liquidação e efetiva transferência da UPI Ativos Móveis para o seu respectivo adquirente, ou em prazo inferior, caso aprovado pelo Juízo da RJ [recuperação judicial] após requerimento das Recuperandas nesse sentido”, explica a Oi.
O aditamento (complemento à recuperação judicial) ainda precisa ser submetido para votação na Assembleia Geral de Credores e homologação na Justiça; podem acontecer algumas mudanças durante o processo.