EUA preparam sanções para combater resgates de ransomware com criptomoedas
Governo americano deverá começar a sancionar alvos específicos no mercado de criptomoedas para tentar frear seu uso em pagamentos de ransomware
O governo dos Estados Unidos está preparando uma série de sanções para dificultar o uso de criptomoedas como o bitcoin (BTC) em crimes cibernéticos, mais especificamente em pagamentos de resgate de ransomware. Segundo a administração do presidente Joe Biden, as moedas digitais têm sido um meio que vem apoiando uma crescente indústria criminosa e que, por isso, podem ser uma ameaça à segurança nacional.
Sanções devem começar já na próxima semana
Conforme foi revelado pelo Wall Street Journal nesta sexta-feira (17), o Departamento do Tesouro americano planeja impor as sanções já na próxima semana, disseram fontes familiarizadas com o assunto. Além disso, as autoridades também deverão emitir novas orientações para as empresas sobre os riscos associados à facilitação de pagamentos de ransomware, incluindo aplicação de multas e outras penalidades.
Até o final de 2021, novas regras de combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo também vão incluir as criptomoedas, buscando limitar seu uso como mecanismo de pagamento usado por criminosos, principalmente em ataques de ransomware. Até o momento, trata-se da iniciativa mais significativa já tomada pelo governo americano contra o uso de moedas digitais em prol da segurança cibernética nacional.
Ao Wall Street Journal, algumas fontes relatarem que o governo americano vê os ataques de ransomware como uma “séria ameaça” à infraestrutura do país, principalmente quando criminosos atacam operadoras de energia, hospitais e bancos, por exemplo.
Medidas não devem afetar todo o setor
Contudo, nem as fontes ouvidas pelo veículo e nem o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos comentaram sobre os alvos das sanções que serão aplicadas. Contudo, espera-se que as autoridades americanas interrompam de alguma forma o fluxo de transações de criptomoedas voltado para atividades criminosas.
Para isso, seria necessário identificar as carteiras digitais que recebem as transações de resgate, as plataformas que ajudam a converter os pagamentos e ocultar os rastros no blockchain e muitas outras ações difíceis de ser aplicadas.
Contudo, as sanções deverão selecionar alvos específicos, em vez de atingir toda o mercado de criptomoedas e estrutura onde as transações de ransomware são suspeitas de ocorrer.
Ransomware chama a atenção para criptomoedas
O governo americano vem tentando combater o problema principalmente depois de ataques grandiosos que ocorreram nos últimos meses, todos relacionados a grupos criminosos que possivelmente estão sediados na Rússia.
Em uma dessas invasões à Colonial Pipeline, os criminosos travaram o sistema da empresa e levaram ao fechamento de um importante oleoduto de combustível dos Estados Unidos. Além disso, as demandas de pagamento dos hackers têm crescido cada vez mais e agora rotineiramente podem chegar à casa de dezenas de milhões de dólares.
Para ajudar a tornar esse setor mais seguro, legisladores e reguladores estão elaborando novas regras, incluindo novos requisitos declaratórios ao Departamento do Tesouro para transações internacionais de criptomoedas. Essas diretrizes têm como objetivo aumentar a transparência, o que alguns funcionários de segurança argumentam que impedirá transações de indivíduos que desejam que suas atividades ilícitas permaneçam ocultas.
O Tesouro americano e outras agências nacionais também têm aplicado penalidades e sanções contra indivíduos e empresas que acabaram facilitando, deliberadamente ou não, o financiamento ilícito com moedas digitais.
Com informações: Wall Street Journal