Cientistas mostram tecnologia que gera energia para marca-passos a partir das batidas do coração
As pesquisas sobre energias renováveis são tão abrangentes que estão chegando até mesmo ao corpo humano. Cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, publicaram recentemente um estudo sobre o uso das batidas do coração para a obtenção de energia. A quantidade gerada é muito pequena, é claro, mas pode ser suficiente para alimentar um marca-passo, por exemplo.
A técnica consiste na colocação de uma espécie de adesivo (semelhante ao objeto da foto abaixo) em tecidos próximos ou diretamente na superfície do coração ou de outros órgãos que também fazem movimentos regulares, como os pulmões. Flexível e feito de um material que não causa rejeição pelo corpo, este adesivo possui um minúsculo circuito que “converte” os movimentos em energia utilizável.
O truque está no uso de Titanato Zirconato de Chumbo ou PZT, sigla em alusão à sua fórmula. Trata-se de um material baseado em pequenos cristais que geram carga elétrica quando submetidos a uma pressão mecânica. O material é sensível o suficiente para ser afetado pelas batidas do coração ou pelos movimentos do pulmão.
Para comprovar a eficiência da ideia, os cientistas fizeram testes em vacas, ovelhas e porcos, animais que têm órgãos parecidos com os dos humanos.
Os resultados foram animadores, mas não livres de ressalvas: o artefato conseguiu obter energia de maneira constante, mas os animais permaneceram anestesiados durante todo o tempo, razão pela qual não se sabe como seria a performance da técnica com movimentos acelerados causados por esforços, por exemplo. Além disso, falta o principal: testes em humanos.
Fica evidente, portanto, que mais estudos serão necessários para que marca-passos ou desfibriladores baseados nesta tecnologia sejam suficientemente confiáveis para estarem amplamente disponíveis, mas a expectativa é a de que esta seja uma realidade para um futuro não muito distante.
Isso porque a ideia vem sendo alvo de estudos desde 2008, pelo menos, e a recente pesquisa da Universidade de Illinois mostra um grande avanço desde então: além dos testes preliminares terem sido bem sucedidos, o material usado, ainda que passível de ser melhorado, é pouco invasivo, com o adesivo não tendo espessura maior que a de uma folha de papel.
Com informações: CNET News