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A Samsung anunciou neste domingo (12) uma tecnologia que pode vir a ser o próximo padrão de redes Wi-Fi: a sua versão das especificações 802.11ad. O principal atrativo da novidade está na velocidade de transferência de dados, cerca de cinco vezes maior que no padrão mais atual.

Em seu comunicado, a companhia afirma que a tecnologia pode alcançar a taxa de 4,6 Gb/s (gigabits por segundo). Teoricamente, esta velocidade equivale a 575 megabytes transferidos por segundo. Um arquivo de 1 GB levaria de 2 a 3 segundos para ser transferido com esta taxa, segundo um exemplo dado pela própria companhia.

A tecnologia Wi-Fi mais recente no mercado, o padrão 802.11ac, trabalha com até 866 Mb/s (108 MB por segundo), embora possa chegar a 1,3 Gb/s com ajustes e uso de determinados equipamentos. Em comparação, o 802.11ad da Samsung representa uma evolução considerável, portanto.

O truque para alcançar velocidades tão altas está, essencialmente, no emprego de uma frequência maior. Os padrões atuais trabalham com 2,4 GHz e 5 GHz. No 802.11ad, a banda é de 60 GHz.

Frequências tão altas já haviam sido consideradas pela indústria, mas esbarravam em problemas como interferências recorrentes e bloqueio de sinal por obstáculos amplos – paredes e divisórias de vidro, por exemplo.

Equipe - Samsung

A Samsung afirma ter superado esta limitação com o desenvolvimento de transmissores de alta performance e um novo padrão de antenas. Ainda de acordo com a empresa, a sua tecnologia também é capaz de suportar a conexão simultânea de vários dispositivos à rede. Este aspecto sugere que as novas especificações podem ser particularmente úteis em aplicações comerciais (rede Wi-Fi de um shopping, por exemplo).

Se a tecnologia está pronta e oferece tantas vantagens, é questão de tempo para a sua adoção em massa, certo? Não é tão simples assim.

Produtos da Samsung lançados a partir de 2015 deverão ser compatíveis, mas o mercado como um todo leva em conta uma série de questões potencialmente impeditivas, como: preços de licenciamento, autorização para exploração da frequência de 60 GHz, aval de entidades padronizadoras (especialmente o IEEE) e até concorrência com especificações criadas por outras companhias.

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