A GSM Association anunciou em Hong Kong durante um congresso que 45 das maiores operadoras de telefonia móvel do mundo se comprometeram a implementar soluções e serviços baseados em um novo modelo de SIM Card com tecnologia NFC (Near-Field Communication).
O consórcio inclui bandeiras como a AT&T, Deutsche Telekom (prima da T-Mobile), Vodafone e Verizon. O objetivo destas e outras operadoras pelo mundo é tornar o chip com a tecnologia NFC no padrão para a indústria o mais prontamente possível.
Apesar de figurar em outros países além dos EUA, China e Japão apenas como notícia, a tecnlogia que favorece a rápida expansão de novos serviços como o Google Wallet carece de fato de regulações no protocolo da tecnologia para que possa finalmente vingar.
A China Telecom, uma das grandes operadoras do grupos, já oferece chips com serviços contendo a tecnologia e deve ser uma das principais fontes de conhecimento ao compartilhar suas bem sucedidas experiências com a NFC.
Diferentemente do Google, que não é uma operadora de telefonia, a China Telecom pode oferecer informações valiosas sobre como a integração de protocolos de segurança globais deve acontecer de acordo com a demanda de cada operadora e seus diferentes mercados.
O objetivo principal da tecnologia NFC é trazer segurança para a próxima grande onda do mercado mobile, que é a adição de funcionalidades que possam favorecer o transações financeiras a partir de aparelhos celulares, smartphones e também tablets.
Das maiores preocupações no desenvolvimento dessas diretrizes, figuram questões como a clonagem. A facilidade com que isso pode ser feito atualmente é um dos principais argumentos daqueles que ainda se posicionam de maneira cética diante da implementação de um passo tão grande para o setor.
Em agosto deste ano um hacker alemão (Karsten Nohl) tirou o sossego das operadoras e derrubou o queixo de consumidores pelo mundo quando demonstrou o quão fraca e porque não até mesmo desrespeitosa pode ser a mecânica de encriptação e infra-estrutura de segurança das operadoras. Quais seriam os formatos ideais para a segurança do novo chip?
A nova convenção já traria consigo a responsabilidade de responder não apenas essas questões, mas também viria imbuída de uma complexa obrigação em reparar a reputação de praticamente todas as operadoras na questão da segurança de um novo formato, em um momento cuja aquela do formato atual não é lá grandes coisas.
Por outro lado, a iniciativa nos leva a pensar que a problemática da falta de aparelhos com suporte à tecnologia seja finalmente resolvida, uma vez que virtualmente qualquer aparelho com suporte à GSM poderia integrar-se da nova tecnologia.
O Google ao criar o Walltet baseado em NFC acabou impingindo, talvez de maneira compulsória e não intencional, um paradigma de que uma nova geração de aparelhos precisaria ser criada para receber a tecnologia.
Essa é uma conjectura que possivelmente cairá com o resultado dos primeiros protocolos criados pelo conglomerado, sabe-se lá para quando mas espera-se que, em breve.
Serão negociações delicadas ante o jogo de egos e vantagens competitivas que cada grande operadora vai buscar preservar e/ou atacar contra seu concorrente imediato. Eu me pergunto por exemplo como a Verizon, que cuja linha tem uma oferta basal de aparelhos exclusivamente com tecnologia CDMA e LTE (4G) e que não utilizam SIM Cards, poderá colaborar com a promoção do novo chip.
Fala-se também na utilização do chip com tecnologia NFC em televisores, geladeiras, outros eletrodomésticos e até em publicidade urbana, desdobrando a seara de complicações e especulações para níveis ainda mais desafiadores.
Como se essa parte do desafio já não fosse complexa o bastante, a GSMA também anunciou que trabalhará junto a parceiros e grandes houses de desenvolvimento para a criação de aplicativos que utilizem a tecnologia NFC já durante o desenvolvimento do formato. O que deve adicionar ainda mais ao debate.