A disputa entre padrões HDR em TVs ganhou mais um concorrente
Existe uma disputa nos bastidores entre as maiores fabricantes de TV por causa do HDR. Há diversas formas de produzir imagens com grande alcance dinâmico — Dolby Vision, HDR10, HLG — e agora temos mais outra.
O novo padrão HDR10+ — uma versão atualizada do HDR10 — já nasce com apoio da Samsung e Amazon. Ele já está presente em todas as TVs 4K modelo 2017 da coreana, e chegará aos televisores do ano passado através de uma atualização de firmware.
A Samsung também trabalhou para integrar o HDR10+ ao codificador de vídeo usado em Blu-rays e na Netflix. Enquanto isso, a Amazon vai produzir conteúdo nesse padrão para seu serviço de streaming.
Televisores com HDR conseguem exibir imagens com contraste mais alto, gama de cores mais ampla e brilho mais intenso. No entanto, há uma guerra silenciosa de padrões para essa tecnologia.
O HDR10 é um padrão que pode ser usado gratuitamente pelas fabricantes. Ele foi desenvolvido por empresas como Samsung e Sony, e adotado em discos Blu-ray 4K e em consoles como PlayStation 4 e Xbox One. A ideia é se contrapor ao Dolby Vision, que exige pagamento de royalties.
No entanto, como explica o The Verge, o HDR10 tem qualidade inferior ao Dolby Vision, com brilho padrão de 1.000 nits (contra o limite teórico de 10.000 nits do concorrente) e profundidade de cores de 10 bits (o Dolby Vision tem 12 bits).
Outra crítica ao HDR10: ele não é exatamente dinâmico. O padrão usa metadados estáticos para fornecer informações de brilho; isto é, se um filme escuro tiver algumas cenas mais brilhantes, elas ficarão saturadas em relação às outras.
O HDR10+ chegou para mudar isso através do “mapeamento dinâmico de tons”. Cada cena terá metadados codificados previamente para que uma TV compatível ajuste o brilho de uma cena para outra, ou até mesmo de um quadro para outro.
Isso é bem parecido com o Dolby Vision: os metadados também precisam ser embutidos no conteúdo para a TV decodificar. No entanto, o novo HDR10+ ainda tem os mesmos limites de brilho e cor (1.000 nits/10 bits) que seu antecessor.
Existem também outros padrões: o HLG é focado em transmissão de vídeo ao vivo, e foi desenvolvido pelas emissoras BBC (Reino Unido) e NHK (Japão); enquanto o Advanced HDR foi pensado para TV e para dar grande alcance dinâmico a vídeos comuns.
O que essa disputa significa para você? Bem, enquanto o HDR não tiver nenhum vencedor, várias empresas apostam nos dois principais padrões. A Sony vende TVs com Dolby Vision e com HDR10; a LG promete que todos os seus modelos OLED deste ano serão compatíveis com os dois padrões; o acervo da Netflix é compatível com ambos.
No entanto, eles não poderão viver pacificamente para sempre. A Samsung adotou somente o HDR10 em suas TVs, evitando o Dolby Vision. Enquanto isso, a Dolby fechou acordos com Warner Bros, MGM, Universal e outros estúdios para usarem sua tecnologia. Se você estiver bastante interessado em HDR, melhor esperar um pouco até que essa briga termine.
Com informações: Engadget, SlashGear, The Verge.
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