Procura por desenvolvedor mobile salta 600% em 2021
Desenvolvedores que criam e testam softwares para celulares estão em alta no mercado e têm média salarial que varia de R$ 6 mil a R$ 10 mil
Desenvolvedores que criam e testam softwares para celulares estão em alta no mercado e têm média salarial que varia de R$ 6 mil a R$ 10 mil
O mercado de Tecnologia para desenvolvedores mobile está aquecido e contratando: no primeiro semestre de 2021, a procura por profissionais da área cresceu 600% em relação ao mesmo período do ano passado. A média de salários dos especialistas em aplicações para celular acompanharam a alta demanda, com crescimento de 18% para cargos juniores — com até dois anos de experiência — e 11% para funcionários seniores, com mais de seis anos no mercado. O levantamento é da GeekHunter, empresa de recrutamento e contratação de profissionais de Tecnologia.
A busca por desenvolvedores mobile, responsáveis pela criação, testagem e implementação de software para dispositivos móveis, segue uma moda do mercado nacional: no primeiro trimestre de 2021, um relatório feito pelas consultorias App Annie e AppsFlyer apontou que o download de aplicativos para iOS e Google Play no Brasil cresceu 55% — foram 2,6 bilhões de apps baixados nos três primeiros meses deste ano, em comparação com os 1,7 bilhões downloads de 2018.
No momento, o salário médio de um dev mobile júnior é de R$ 6 mil; para o profissional pleno, com experiência acima de dois e abaixo de seis anos, de R$ 7,8 mil; e para o desenvolvedor sênior, a média salarial é de R$ 10,8 mil.
“Considerando o histórico, estimamos um crescimento anual entre 10% e 20% na média salarial destes profissionais, considerando a escassez de mão de obra, a concorrência com empresas internacionais e o crescimento das vagas”, afirma Lucas Martins, CTO da GeekHunter. Há remunerações para devs mobile que chegam a R$ 25 mil.
Especialistas ouvidos pelo Tecnoblog afirmam que a pandemia provocou uma migração em massa das empresas para servidores e plataformas digitais. Há uma escassez de profissionais de tecnologia no Brasil. Ao contrário da baixa oferta, há uma demanda cada vez maior por técnicos de TI, desenvolvedores full stack e devs de front e back-end. Isso também tem levado muitos profissionais a ficarem sobrecarregados.
Muitas empresas também estão em busca de uma presença mais forte no mercado de apps para celular, de acordo com a avaliação do CTO da GeekHunter:
“As empresas estão disputando a atenção das pessoas, buscando atraí-las para essas plataformas mobile, para que assim, consigam aumentar a entrega de valor.”
São profissionais como Alexandre Santos Costa, de 42 anos, que são procurados para agregar valor aos produtos de empresas nas lojas de aplicativo. Ele é dev mobile desde 2014, e uma das dicas que dá para profissionais que gostariam de chegar à sua posição é ter conhecimentos básicos em computação, começando por tecnologias Cross-Plataform:
“Isso ajuda o profissional a entender melhor como as coisas funcionam e a resolver problemas. Como fazer com que o aplicativo seja fluido para os usuários, inclusive para aqueles que usam versões antigas? Como preparar o código para ser o mais otimizado possível? A base da computação ajuda a pensar nessas soluções.”
Alexandre recomenda que os devs procurem se familiarizar com Flutter, React Native, Ionic ou Xamarin. Essas linguagens permitem que o profissional trabalhe com linguagens como JavaScript, Dart ou C#. “Dessa forma, é possível gerar aplicações para IOS e Android sem ter que escrever duas vezes o código”, ele complementa.
Para muitos negócios, especialmente de menor porte, como startups, escalonar via aplicativo é vital. Empresas como a catarinense Kyte, que confiam nos devs mobile para levar o app da empresa para 143 países. Fabrício Rocha, Head de Tecnologia da Kyte, explica que o app centraliza todas as demandas de lojistas parceiros em um único servidor:
“Com um app como o nosso, o cenário é outro. Temos milhares de lojistas compartilhando uma mesma infraestrutura, gerando e transacionando milhões de dados diariamente pelo mesmo servidor. Isso exige uma preparação muito grande dos desenvolvedores para que não haja problemas de lentidão e conexão para o usuário, que está cada vez mais exigente”