Produção do Raspberry Pi 5 vai a 90 mil unidades semanais para espantar escassez

Placas da Raspberry Pi estiveram em falta até meados de 2023; CEO promete aumentar produção para evitar que Raspberry Pi 5 tenha o mesmo problema

Emerson Alecrim
Raspberry Pi 5 (imagem: divulgação/Raspberry Pi)
Raspberry Pi 5 (imagem: divulgação/Raspberry Pi)

Anunciado em setembro de 2023, o Raspberry Pi 5 já tem produção de 70.000 unidades por semana. Mas esse número vai aumentar para 90.000 unidades semanais. Não só por a procura estar grande, mas porque a Raspberry Pi quer evitar que o modelo passe pela escassez que afetou quase todos os produtos da organização.

Entre 2021 e 2023, era difícil encontrar unidades Raspberry Pi à venda. Eben Upton, CEO da Raspberry Pi, reconheceu em abril de 2022 que a demanda pelas placas aumentou nesse período, mas que a organização não conseguia elevar a produção de modo proporcional, em parte devido a escassez de chips que o mercado enfrentava.

A situação melhorou em meados de 2023, depois que a Raspberry Pi conseguiu ajustar a produção. Contudo, a organização anunciou o Raspberry Pi 5 em setembro e o lançou em outubro do mesmo ano. Por ser um produto moderno e atraente, a novidade também pode enfrentar o problema da demanda maior que a oferta.

De 70.000 para 90.000 unidades por semana

A Raspberry Pi anunciou a versão 5 da placa já com o planejamento necessário para a sua produção em massa, naturalmente. Mas a tendência é a de que, à medida que o produto se torne mais conhecido, a procura por ele aumente.

Ciente disso, Upton revelou ao Tom’s Hardware que a produção semanal do Raspberry Pi 5 passará de 70.000 para 90.000 unidades em fevereiro. Como que para reforçar o recado, o executivo também enviou uma foto que mostra dezenas de unidades da placa prestes a serem testadas e embaladas.

Lote do Raspberry Pi 5 na fábrica (imagem: divulgação/Eben Upton)
Lote do Raspberry Pi 5 prestes a ser testada na fábrica (imagem: divulgação/Eben Upton)

Ainda de acordo com Upton, o aumento de produção se deve principalmente à ampliação do número de cabeçotes nos equipamentos de teste automático. “A Sony é incrivelmente notável”, comemorou. A Sony é responsável pela fábrica das placas Raspberry Pi, no País de Gales.

É claro que não dá para garantir que as 90.000 unidades semanais serão suficientes para evitar um eventual desabastecimento, mas certamente elas tornarão esse risco menor.

E a produção do Raspberry Pi 4?

Eben Upton não soube informar o número exato de placas Raspberry Pi 4 produzidas por semana, mas estimou que trata-se de uma quantidade próxima à produção atual do Raspberry Pi 5 (ainda em 70.000 unidades, relembrando).

O executivo enfatizou que a fabricação da linha Raspberry Pi 4 seguirá em ritmo forte até os atrasos nas entregas serem resolvidos e haver “boa posição de estoque”, isto é, unidades suficientes para que o produto não volte a faltar no mercado.

Não surpreende. A linha Raspberry Pi 4 ainda atende a numerosas aplicações e é muito bem conhecida no mercado. Por causa disso, a demanda por esse produto deve demorar a cair.

O que o Raspberry Pi 5 tem de especial?

O Raspberry Pi 5 é até três vezes mais rápido que o Raspberry Pi 4, em parte por trazer o Broadcom BCM2712, chip de 64 bits com quatro núcleos Cortex-A76 de 2,4 GHz e GPU VideoCore VII. A placa conta ainda com 4 GB ou 8 GB de memória LPDDR4X.

Chip Broadcom BCM2712 no Raspberry Pi 5 (imagem: divulgação/Raspberry Pi)
Chip Broadcom BCM2712 no Raspberry Pi 5 (imagem: divulgação/Raspberry Pi)

As demais especificações incluem porta Gigabit Ethernet, Bluetooth 5.0, Wi-Fi 802.11ac, duas portas HDMI com resolução 4K, duas portas USB 2.0, duas portas USB 3.0, suporte a microSD e conexão GPIO de 40 pinos.

Nos Estados Unidos, os preços oficiais são de US$ 60 para a versão com 4 GB e US$ 80 para o Raspberry Pi 5 com 8 GB de RAM.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.