Bolsonaro indica diretores para ANPD, órgão que aplicará LGPD
Dos cinco nomes apontados por Bolsonaro à ANPD, três são de militares; Senado ainda precisa aprovar indicações
Dos cinco nomes apontados por Bolsonaro à ANPD, três são de militares; Senado ainda precisa aprovar indicações
O presidente Jair Bolsonaro publicou em edição extra do Diário Oficial da União de quinta-feira (15) os cinco nomes indicados para o Conselho Diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Caso sejam aprovados pelo Senado, eles farão parte do principal órgão de direção da ANPD, que tem a tarefa de fiscalizar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A definição dos nomes da ANPD era aguardada há meses e se tornou ainda mais urgente em setembro, quando a LGPD finalmente entrou em vigor. Isso porque é a autoridade que pode regulamentar vários pontos da lei e penalizar empresas e órgãos públicos em caso de descumprimento das regras sobre tratamento de dados.
Estes são os indicados por Bolsonaro ao Conselho Diretor da ANPD:
A diferença no tempo dos mandatos de cada indicado existe para permitir uma transição anual no Conselho Diretor da ANPD e existirá somente na primeira rodada de indicações. Os diretores que substituírem os cinco primeiros a formarem o grupo terão mandatos de quatro anos cada.
Como é possível perceber, Bolsonaro indicou três militares ao Conselho Diretor. A ligação da categoria com a ANPD já havia sido apontada pelo presidente em agosto, por meio de um decreto que definiu a estrutura da autoridade. O documento estabelece que militares requisitados ficarão “vinculados ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República para fins disciplinares, de remuneração e de alterações”.
A determinação é questionada na Câmara dos Deputados. Por meio de um Projeto de Decreto Legislativo, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) pediu a revogação desse trecho do decreto presidencial por entender que, “na prática, esses militares não se submeterão à ANPD, o que compromete sua isenção e autonomia”.