Metaverso deu prejuízo de US$ 50 bilhões para a Meta
Conglomerado de Mark Zuckerberg relata mais um trimestre de contas no vermelho na divisão Reality Labs
Conglomerado de Mark Zuckerberg relata mais um trimestre de contas no vermelho na divisão Reality Labs
A Meta segue tendo prejuízos com o metaverso, tecnologia baseada em RV que é (ou era) a grande aposta da empresa como o futuro das redes sociais. No anúncio de resultados financeiros do último trimestre, a big tech revelou que o Reality Labs, setor responsável pelo metaverso, teve um prejuízo de US$ 4,48 bilhões. No total, desde 2020, a Meta já perdeu US$ 50 bilhões com a tecnologia.
O grande anúncio da aposta no metaverso aconteceu em 2021, o que levou até a empresa a trocar o nome Facebook Inc. por Meta. De fato, a big tech vê (ou será que via?) a tecnologia como um investimento de longo prazo. Porém, para dar lucro é ter interesse do público e algum sentido — ou problema para resolver.
Para piorar a situação do Reality Labs, a Meta parece ter acordado para a vida. A big tech passou a investir mais em inteligência artificial, principal tecnologia do momento, e a lançar ferramentas do tipo em seus produtos (Facebook, Instagram e WhatsApp). O maior concorrente do Reality Labs não é o Vision Pro, mas a IA.
Esses recursos são mais acessíveis do que o metaverso, que exige óculos de realidade virtual. O usuário pode criar figurinhas com IA no WhatsApp só usando um celular — seja um Moto G básico ou um iPhone 15 Pro. Para usar o Horizon Worlds é preciso de um headset Quest.
Por falar em óculos de realidade virtual, a queda nas vendas de headsets VR é outro ponto negativo do metaverso — independente da empresa. Sem esses equipamentos, as pessoas não podem abrir o Office e o Teams no mundo virtual.
O resultado é que o metaverso deve seguir dando prejuízos para a Meta por mais alguns anos. Uma pesquisa de 2022 aponta que as empresas devem investir US$ 5 trilhões nessa tecnologia até 2030. Resta saber quando isso dará lucros para as empresas.
Apesar do resultado negativo do Reality Labs, as vendas de headsets VR e do smart glass Meta Ray-Ban aumentaram em relação ao ano passado. O que levou o público a buscar esses produtos? Provavelmente a visibilidade trazida ao mercado pelo rival Apple Vision Pro e o preço mais acessível do smart glass.
O Meta Ray-Ban custa US$ 299, enquanto o headset VR Quest 3, topo de linha da Meta, sai por US$ 499. O smart glass não é um produto de realidade virtual. Ele é uma opção para criadores de conteúdo (serve para lives) ou pessoas que querem tirar fotos e gravar vídeos rapidamente pela câmera do óculos — além de tocar música.
O metaverso parece se tornar um produto em esquecimento dentro da Meta. No ano passado, fontes disseram ao Business Insider que o Reality Labs deve focar no desenvolvimento de jogos para o Quest. Segundo a reportagem, a Meta entende que jogos exclusivos e de qualidade são uma maneira de financiar a divisão.
Com informações: CNBC