Teste mostra que Galaxy Ring quebrado precisa ir direto para o lixo

Anel inteligente da Samsung repete mesmo problema visto no Oura Ring. Bateria está selada num chassi não removível.

Felipe Freitas
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• Atualizado hoje às 13:17
Galaxy Ring não pode ser consertado, diz site (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

O iFixit, site que testa a reparabilidade de produtos, apontou que o Galaxy Ring não pode ser consertado se tiver uma bateria defeituosa. Caso estrague, o anel inteligente da Samsung só tem uma destinação: o lixo. Porém, esse problema é comum a todos os smart rings, já que trocar a bateria significa destruir o produto.

E sim, a falta de reparabilidade dos anéis inteligentes está totalmente relacionada com a bateria. Isso porque é provável que ela seja a primeira a estragar. Por exemplo, tenho um iPhone 6S (lançado em 2015) que segue funcionando bem. Contudo, ele virou um deskphone, já que a bateria não deve durar mais que 8 horas (mesmo sem uso).

Chassi não removível

O iFixit mostra que é necessário derreter a parte interna do Galaxy Ring para acessar a bateria. Isso destrói o anel, o PCB, a bateria e o carregador por indução. O conector de pressão, usado para ligar a bateria ao PCB do Galaxy Ring, até facilitaria a troca, mas isso pouco importa se ela está selada atrás de um chassi não removível.

A culpa aqui não é só da Samsung. O Oura Ring, concorrente direto do Galaxy Ring, também tem o mesmo problema. Se essa irreparabilidade dos anéis inteligentes é proposital ou problema da tecnologia atual, fica para um debate futuro.

Galaxy Ring e seus componentes internos após ser aberto (Imagem: Reprodução/iFixit)
Galaxy Ring e seus componentes internos após ser aberto (Imagem: Reprodução/iFixit)

No momento, o fato é que ter um Galaxy Ring ou o Oura Ring é a certeza que você terá que comprar um novo quando a bateria estragar. Isso também vale para o recém-lançado Galaxy Buds 3 e Buds 3 Pro. Pelo tamanho pequeno, você não consegue trocar a bateria sem destrui-lo.

Fabricantes e o discurso dos componentes reciclados

O fato do Galaxy Ring e dos Buds 3 e 3 Pro serem descartáveis contrasta com os anúncios da Samsung de usar componentes reciclados em seus smartphones. A empresa utiliza plásticos, alumínio e vidro reciclado na fabricação dos celulares. A Apple também tem o mesmo programa e o mesmo problema com os AirPods. O Google Pixel Watch 3 também é descartável.

Na União Europeia, um projeto de lei quer obrigar as fabricantes a lançarem produtos que tenham opção de reparo. Isso não é só uma questão de direito do consumidor, mas também um ponto no debate sobre a geração de lixo desnecessário — e sobre microplásticos.

Com informações: iFixit e Android Authority

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Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.