iPhone 14 dos EUA só funciona com eSIM, dando adeus ao chip físico
iPhone 14 vendido no Brasil ainda virá com bandeja de SIM Card físico; modelos dos EUA se conectarão a redes móveis através do chip virtual eSIM
iPhone 14 vendido no Brasil ainda virá com bandeja de SIM Card físico; modelos dos EUA se conectarão a redes móveis através do chip virtual eSIM
A Apple apresentou a linha iPhone 14 nesta quarta-feira (7), e os novos celulares contam com uma peculiaridade pouco vista no mercado de celulares: os modelos vendidos nos EUA não terão entrada para chip físico. A identificação do smartphone com a operadora será feita através do eSIM, versão embutida do tradicional SIM Card.
Vale lembrar que a mudança vale somente para o iPhone 14 dos EUA. Os modelos vendidos em outros países – incluindo o Brasil – continuarão tendo a bandeja para o chip tradicional.
Ao retirar a bandeja de SIM Card, a Apple consegue economizar espaço para incluir mais componentes no iPhone 14. A medida também deve beneficiar a proteção contra líquidos, visto que existe menos um ponto de contato entre o interior do smartphone.
A tecnologia eSIM não é uma novidade em smartphones da Apple: o chip virtual está presente desde o iPhone XR e iPhone XS, lançados em 2018. O padrão também está disponível em smartphones topo de linha da Samsung e Google.
O fato de o iPhone 14 funcionar apenas com eSIM não impede a utilização de duas linhas ao mesmo tempo (dual chip). É possível usar dois chips virtuais simultaneamente, tornando facultativa a utilização do SIM Card físico.
É importante destacar que o iPhone não é o primeiro smartphone a abandonar o chip físico. O dobrável Motorola Razr, lançado em 2019, funciona exclusivamente com eSIM.
Sou entusiasta do eSIM e utilizo a tecnologia desde 2018 no iPhone XS. No meu caso, era a única forma de ter duas linhas em um smartphone da Apple. Ainda assim, considero fantástica a possibilidade de assinar um plano de uma operadora e ter o serviço funcionando no meu celular de forma instantânea — algo que costumo fazer em viagens internacionais, por exemplo.
Outra vantagem do eSIM é que fica mais fácil localizar o celular em caso de perda ou roubo: como não há um chip físico para remover, o smartphone continua recebendo sinal da operadora enquanto não for solicitado o bloqueio da linha.
O problema é que operadoras do Brasil e do mundo evoluíram pouco no eSIM. Na maioria das vezes é necessário ir até uma loja física para conseguir o chip virtual; são poucas as teles que permitem adesão remota.
Um grande inconveniente é na troca de celular. Ao menos por aqui, os eSIMs da Claro, TIM e Vivo não são reutilizáveis, e é necessário voltar à loja da operadora toda vez que for necessário habilitar um novo celular. Isso não acontece no chip físico: basta colocar no outro aparelho e a linha passa a funcionar de forma imediata.
Para amenizar o perrengue de ir até uma loja, a Apple incluiu uma nova função no iOS 16 para facilitar a transferência de eSIM entre diferentes iPhones via Bluetooth. No entanto, as operadoras precisam suportar essa funcionalidade.
Há quem defenda que as operadoras deveriam liberar a troca de um SIM físico por um eSIM diretamente por um site ou aplicativo. Isso de fato seria prático, mas com tantas fraudes de SIM swap é melhor que exista algum tipo de verificação de identidade.
Na teoria, conseguir um eSIM no Brasil é uma tarefa fácil: Claro, TIM e Vivo divulgam em seus sites que o serviço está disponível para adesão nas suas lojas, seja para usuários do pós-pago, pré-pago ou controle.
Na prática, a realidade é um pouco diferente:
Espero que toda a influência da Apple para popularizar o chip virtual faça com que as operadoras de todo o mundo revejam seus processos, especialmente relacionados a ativação. eSIM é uma tecnologia simples de usar, que pode impulsionar a venda de novos planos e estimular a competição entre teles.
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