Banda larga Live TIM terá 25 Mbps por R$ 109 mensais

Conexão por fibra ótica abrange São Paulo e Rio de Janeiro.

Thássius Veloso
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• Atualizado há 8 meses
MSAN do Live TIM: entra fibra ótica e sai cabo de cobre (foto: Thássius Veloso / Tecnoblog)
MSAN do Live TIM: entra fibra ótica e sai cabo de cobre

São Paulo – A próxima investida da TIM em telecomunicações se dá por meio de rede de fibra ótica espalhada por São Paulo e pelo Rio de Janeiro. O serviço de banda larga Live TIM foi anunciado na manhã de hoje durante uma coletiva na qual jornalistas puderam degustar a conexão. Realmente impressionante: picos de 60 Mbps de dowstream e 31 Mbps de upstream nos testes feitos por mim. O produto final destinado ao consumidor terá 25 Mbps por R$ 109,00 mensais.

Live TIM é o primeiro plano — por enquanto único — da nova operação para clientes residenciais. São 25 Mbps de downstream e 5 Mbps de upstream. Não há combos (como na Net ou na Vivo) nem venda casada com telefonia fixa (como na GVT). O único produto é o Live TIM. De acordo com a operadora, não há franquia mensal nem o temido traffic shaping que deixa o assinante sem acesso a protocolos como o BitTorrent.

A estrutura adotada pela companhia para distribuir a banda larga depende basicamente da fibra ótica em caixas de distribuição (chamadas de MSAN) que ficam bastante próximas dos clientes. O Live TIM deve estar a no máximo 400 metros da residência ou do prédio. De acordo com executivos da empresa, algumas concorrentes mantêm a distância mínima de 1,5 quilômetro, o que acaba por prejudicar a prestação de serviço. Afinal, quanto mais perto do cliente, melhor a conexão tende a ser.

Na casa do cliente chegará um cabo de cobre. O Live TIM tem um modem com função de roteador Wi-Fi, de fabricação da ZTE, para esta função. Além disso, ele distribui a conexão por meio de quatro saídas Ethernet tradicionais.

Roteador ZTE utilizado pelo Live TIM (foto: Thássius Veloso / Tecnoblog)
Roteador ZTE utilizado pelo Live TIM

Um dos problemas mais comuns de banda larga tende a ser diminuído com a arquitetura da rede da TIM Fiber. A empresa aposta num modelo com aneis de redundância em vez da tradicional estrutura de árvore. Caso um MSAN apresente problema, os dados podem fazer um percurso um pouco mais para chegar à residência do assinante.

A banda larga Live TIM só é possível porque a empresa de capital italiano adquiriu a AES Atimus no ano passado. Com isso, herdou uma rede de fibra ótica com mais de 5 mil quilômetros no Rio e em São Paulo. A empresa que administra essa rede, chamada TIM Fiber, tem como principal cliente a própria TIM que atua no mercado de telefonia móvel. O presidente da divisão, Rogério Takayanagi, explicou que o segundo principal cliente são os assinantes domiciliares e pequenos negócios.

Clientes interessados no Live TIM podem se cadastrar para testar o serviço de banda larga gratuitamente por um certo período. A partir de setembro eles começam a cobrar pela conexão. De acordo com executivos da empresa, não haverá fidelidade nem multa. Eles se dizem tão confiantes no produto que deixarão o cliente livre para procurar outra banda larga caso não fique satisfeito com o Live.

A TIM não informou quais bairros serão atendidos pelo Live TIM.

Parceria com Google, YouTube e outros sites

Outro ponto importante da coletiva foram as perguntas sobre o desempenho da banda larga. Em defesa da companhia, Takaynagi disse que o Live garante a velocidade de acesso anunciada. Entretanto, há de se diferenciar essa velocidade da velocidade de transporte — o problema da banda larga brasileira e mundial reside aí. A TIM promete trabalhar em parceria com gigantes da internet como Google, YouTube, Facebook, UOL e Globo.com, entre outros, para que o acesso aos conteúdos de grande sucesso fornecido por essas empresas seja facilitado.

Para tanto o Live TIM utiliza o caching, que nada mais é do que salvar um arquivo muito acessado num servidor local fisicamente mais próximo do assinante. Deve acontecer assim com atualizações vindas pelo Windows Update e filmes para a Apple TV. Outro recurso empregado por eles, o CDN (a Akamai é líder global neste segmento) identifica requisições para conteúdos em vídeo e automaticamente gera uma versão do arquivo mais adequada para o dispositivo em que o internauta faz o acesso — por exemplo, com resolução menor e bitrate mais fraco quando a requisição vem de um celular.

E os problemas da TIM na telefonia móvel?

79 Mbps de downstream e quase 32 Mbps de upstream neste teste (foto: Thássius Veloso / Tecnoblog)
79 Mbps de downstream e quase 32 Mbps de upstream neste teste

Todos sabemos que a TIM vem enfrentando dificuldades com a demanda crescente por telefonia móvel. Essa situação que até a Anatel e o ministro das Comunicações começam a olhar com mais cuidado evidenciam a dúvida: será que a TIM, com uma telefonia celular tão ruim, consegue fornecer banda larga fixa de qualidade?

Os executivos parecem bem seguros em dizer que a rede de fibra deles em nada tem a ver com a de telefonia celular. Na verdade tem porque as antenas são conectadas por meio de fibra. Entretanto, a operação é outra.

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Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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