Visa lança pagamento por aproximação para compras online
Tecnologia desenvolvida pela Visa transforma smartphone em maquininha e aceita até cartão de débito. Ingresse é primeira empresa a adotar solução.
Tecnologia desenvolvida pela Visa transforma smartphone em maquininha e aceita até cartão de débito. Ingresse é primeira empresa a adotar solução.
A Visa, a Ingresse e a Symbiotic lançaram uma nova forma de pagamento contactless no mercado brasileiro. Com ela, o consumidor pode fazer uma compra online e pagar aproximando seu cartão e seu celular, como faria em uma loja com maquininha. A tecnologia é inédita na América Latina. A plataforma Ingresse Tap, da empresa de tíquetes, será a primeira a usar a solução.
Funciona assim: você faz uma compra em um app de uma loja online no celular. Na hora de pagar, existe a opção de aproximação. Então, é só colocar o cartão perto do celular. O método dispensa digitar números, aceitando cartões de crédito e também de débito.
A nova forma de pagamento é um desdobramento das tecnologias de usar celulares como maquininhas para pagamentos por aproximação, como o Tap to Pay da Apple (que tem um sistema mais fechado) e vários apps de Android (que libera o NFC para uso de terceiros). A diferença é que a aproximação não é no celular de um lojista previamente cadastrado, e sim no aparelho do próprio cliente.
Uma das vantagens do novo método é facilitar o pagamento no débito, que nem sempre é aceito pelo tradicional método de digitar o número do cartão. A Visa trata a questão como inclusão digital. “O ambiente de cartão de crédito é muito selecionado”, diz Fernando Pantaleão, vice-presidente de soluções da Visa.
Para as empresas, a Visa promete menores custos com estornos e maiores taxas de aprovação. Tecnicamente, a Visa chama esse tipo de transação de “cartão presente”. Pense em uma maquininha: quando a compra não é aprovada, você sabe na hora. Isso representa um custo menor com compras não aprovadas. Além disso, as taxas cobradas em transações de débito são menores.
E o Pix? Pantealeão diz que ele não necessariamente é um concorrente. “O Pix trouxe o consumidor para uma experiência digital, e isso facilita uma solução do tipo [do Tap to Own Device]”, explica.
Os pagamentos por aproximação são práticos, mas também preocupam usuários, que temem que golpistas aproximem maquininhas de seus bolsos para roubar dinheiro. O uso de qualquer celular como maquininha poderia representar um risco?
Questionada pelo Tecnoblog, a Visa diz que as antenas NFC de celulares têm alcance menor que as das maquininhas. Por isso, seria necessário realmente encostar no cartão, e o usuário provavelmente notaria essa tentativa de golpe.
A nova solução da Visa segue as mesmas regras das maquininhas e exige senha em pagamentos maiores que R$ 200. Dependendo do uso, a empresa pode estipular um limite ainda menor para cobranças sem confirmação. Por fim, a companhia afirma ser capaz de detectar e desabilitar uma conta com comportamento inadequado nas compras.
A plataforma de ingressos Ingresse é a primeira empresa a adotar a solução. Gabriel Nicola, head de pagamentos, destaca que a empresa já trabalha com várias formas de pagamento. Ele considera que o pagamento por aproximação dá mais confiança para o consumidor, que não precisa digitar os números. A transação pode envolver senhas, inclusive.
O desenvolvimento da parte de software ficou a cargo da empresa costarriquenha Symbiotic. Javier Chacón González, CIO da Symbiotic, destaca que a prevenção de fraudes é um dos principais desafios do formato, já que o celular não é de um lojista previamente cadastrado. A tecnologia vem sendo desenvolvida há um ano e meio.
O Ingresse Tap estará disponível a partir do começo de fevereiro, no app da plataforma para Android, desde que o aparelho tenha NFC. Segundo Pantaleão, da Visa, a solução para iPhone está a caminho, e apesar do ecossistema mais fechado, não há nenhuma limitação imposta pela Apple.
Atualizado às 17h46 com informações da Visa sobre segurança
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